Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Necessidades do Desenvolvimento Chinês

13 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Muitos analistas na China estão conscientes das dificuldades que o país terá de superar para atingir o objetivo das próximas décadas para continuar seu desenvolvimento.

Professor Yao Yang, decano da Escola Nacional de Desenvolvimento e diretor do Centro de Pesquisa Economia da China, Universidade de Pequim, escreveu artigo para o Project Syndicate

O artigo informa que o presidente Xi Jinping prometeu no 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China que até 2035 a economia daquele país estaria totalmente moderna e em 2049 atingiria o status de alta renda. Algo parecido foi prometido em 1964 por Zhou Enlai com o plano de desenvolvimento da Agricultura, da Indústria, da Defesa e da Ciência e Tecnologia, mas se conseguiu somente parte pelos padrões do Banco Mundial na virada do século.

Do ponto de vista do PIB per capita, isto parece possível, desde que mantenha um crescimento 1,7% mais que os Estados Unidos, que é bem menos do que 6,5% que a China vem obtendo. Mas, segundo o autor, o desenvolvimento não depende somente da renda, mas dos benefícios e oportunidades para a população, conforto pessoal e serviços públicos, hoje existentes nas democracias avançadas, o que não parece muito fácil.

A China terá que superar a sua poluição, no que está obtendo sucesso com o encerramento de muitas indústrias poluentes, o que está custando muito caro, além de exigir uma melhoria geral no meio ambiente. Também tem que diminuir a diferenças dos serviços públicos para a sua população rural comparada com a urbana, com prioridade para a Educação e Infraestrutura, segundo o autor.

A população chinesa está envelhecendo e contará com limitação dos que podem trabalhar. Também na China o problema da Previdência Social é grave, exigindo recursos orçamentários para cobrir seus déficits. A corrupção precisa ser combatida com mudanças culturais, com a população aprendendo a funcionar com uma governança com regras confiáveis.

Apesar do discurso de Xi Jinping para um regime mais democrático, o fato parece indicar que está havendo uma maior concentração do poder. Não parece bastar a retórica, pois a democracia eleitoral não parece avançar, segundo o autor.

Ele reconhece que, na medida em que a China melhora do ponto de vista econômico, é natural que a população aspire por mais liberdade pessoal e responsabilidade política. Todos estes fatos mostram que o Brasil também problemas difíceis a serem superados, semelhantes aos chineses.



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