Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Obsoletas Políticas dos EUA e do Japão com as Coreias

13 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002 O governo de Donald Trump, mesmo com o apoio do governo japonês de Shinzo Abe, acostumou-se com bravatas que não funcionam no mundo atual. O fato concreto é que uma simples e pequena participação conjunta das duas Coreias nas Olimpíadas de Inverno roubaram as cenas relevantes com fatos objetivos que superam em muito as perspectivas mundiais que as questões existentes sejam resolvidas pelos meios diplomáticos.

Representantes das duas Coreias sobem para acender a pira olímpica sobre intenso aplauso do público

Os norte-americanos já deviam saber que o esporte costuma provocar milagres. O presidente Richard Nixon tinha usado o tênis de mesa para promover a aproximação dos Estados Unidos com a China. Agora as Olimpíadas de Inverno na Coreia inicia uma aproximação não desprezível do Sul e o Norte, que é uma profunda aspiração de um povo dividido pelos conflitos armados.

Kim Yo-jong, irmã do ditador norte-coreano Kim Jong-un, roubou as manchetes do mundo, superando tanto o presidente norte-americano como o primeiro ministro japonês que, com discursos ameaçadores, só vinham piorando o clima existente no Extremo Oriente. Até dirigentes esportivos das Olimpíadas estão lembrando a possibilidade da concessão do Prêmio Nobel da Paz para este tipo de iniciativa, como a equipe de hóquei atuando com jogadores das duas partes da Coreia, ainda que tenha perdido para a poderosa Alemanha.

Do ponto de vista político, convidou-se o presidente da Coreia do Sul para entendimentos bilaterais no Norte. Sendo uma nação eventualmente dividida desde a Guerra da Coreia, existem aspirações de muitas famílias atualmente divididas que haja uma nova unificação que não é nada fácil. Todos se lembram de que também a Alemanha, dividida entre a Ocidental e a Oriental, conseguira, às duras penas, a unificação almejada, depois de volumosas assistências para reduzir a disparidade de renda existente entre as duas partes. Evidentemente, existem grandes diferenças políticas entre as duas partes, mas sempre são questões que podem ser reduzidas com formas como o estabelecimento de uma Federação.

Se os problemas são difíceis de serem resolvidos, não serão bravatas do exterior que resolverão os mesmos, notadamente quando se percebe que existem fortes interesses no fornecimento de armamentos exigidos pelas tensões militares. Ninguém é ingênuo para imaginar que somente eventos esportivos podem resolver os problemas, mas sabe-se que conversas são mais importantes que bravatas para encontrar alguns caminhos possíveis para reduzir as tensões. No mínimo, é um começo que aparenta ser mais possível do que tem sido feito pelos norte-americanos e japoneses.



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