Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Preocupantes Resíduos Plásticos

5 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Segundo um artigo publicado no The Economist, desde 1967 até recentemente a produção de plásticos veio crescendo quase três vezes mais do que o PIB mundial e, como é barato, acaba inibindo usos alternativos de outros materiais.

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Muitos resíduos de plásticos acabam indo para o mar e grande parte dos peixes e outros frutos do mar acaba consumindo-os para depois serem alimentos dos seres humanos

Segundo a revista The Economist, desde a década dos 1950, 6,3 bilhões de toneladas de resíduos plásticos foram produzidos e apenas 9% foram reciclados e outros 12% incinerados, poluindo a atmosfera, infelizmente. Outros foram lançados nos aterros sanitários ou ainda se encontram deteriorando o ambiente natural. Não acredito que ninguém de sã consciência pode afirmar que não esteja contribuindo para esta desgraça.

Basta ver os lixos onde sacos plásticos acomodam todos os produtos nas residências, desde os recicláveis como os orgânicos. Vai das xícaras de plástico, garrafas de bebidas, embalagem da maioria dos produtos e pacotes de todos os tipos. Nos supermercados, os produtos acabam sendo acondicionados em sacos plásticos, que já contam com bandejas de seu suporte, que estão embalados por filmes plásticos de toda a natureza. Poucos produtos utilizam vidro ou latas que poderiam ser reciclados.

Quando muitos destes produtos chegam ao mar, a água salgada e a luz ultravioleta pode fragmentá-los em “microplásticos” pequenos o suficiente para serem ingeridos pelos peixes, de onde vão para o jantar dos seres humanos. Poucos países estão adotando medidas rigorosas para a eliminação dos sacos plásticos, como Bangladesh, França e Ruanda, que proíbem sacos plásticos. No Quênia, quem os utiliza estão sujeitos até quadro anos de prisão ou uma multa que chega a US$ 40 mil. Na China, em janeiro último, proibiu-se a importação de resíduos plásticos e na União Europeia as embalagens plásticas devem ser todas recicláveis até 2030, com crescente percentual nos próximos anos. Um imposto britânico sobre sacolas plásticas reduzirá em 85% o seu uso. Não ouvimos nada do tipo no Brasil. Muitas empresas estão vendendo a imagem de que colaboram com o problema reciclando muitas das suas embalagens.

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Lixo lançado nos rios de São Paulo

A matéria na revista The Economist é extensa cobrindo muitos outros aspectos. Mas o que se constata ainda é que as pesquisas sobre o assunto são poucas, notadamente sobre seus efeitos para a saúde humana. Mas algumas começam a ser elaboradas, havendo menção a algumas delas na revista, notadamente do que constam de revistas científicas, como a Lancet e a Science que possuem base científica confiável. O artigo do The Economist vale a pena ser lido na íntegra, não para chocar os leitores, mas para dar uma noção do que ainda depende de estudos adicionais para ter uma base de ação humana mais eficiente no seu combate.



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