Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Hábitos que Poderíamos Adotar do Exterior

23 de abril de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

imageExistem alguns hábitos simples adotados no exterior, outros mais complexos, que poderiam ser aproveitados no Brasil com proveitos para todos.

Um japonês quando faz uma ligação telefônica costuma se identificar de início para que os que atenderem saibam com que estão conversando

A hipótese mais razoável é que a pessoa que esteja fazendo a ligação telefônica saiba para onde está tentando e com quem deseja conversar, enquanto quem atende ao telefonema não saiba de quem está recebendo a ligação, salvo nos aparelhos que fornecem o número de onde originou a chamada que dão uma indicação inicial.

Muitas vezes, os atendentes ou secretárias podem estar fora de sua escrivaninha e o telefonema acaba sendo atendido por um funcionário que não está habituado com estas ligações. Por cortesia com o interlocutor, parece recomendável que quem esteja fazendo a ligação identifique-se inicialmente, como é hábito no Japão, para que a conversa continue de forma objetiva. No caso das empresas, o telefonema pode ser destinado para empresários hierarquizados que recebem muitas ligações e só seriam encaminhadas diretamente ao destinatário final para pessoas devidamente autorizadas.

No Brasil, é muito comum atender-se a um telefonema, havendo necessidade do atendente solicitar a informação de quem esteja ligando, num processo que demora algum tempo, principalmente quando as ligações recebidas são muitas, o que nem sempre é bem recebido por aqueles que se consideram a si próprios importantes e que estão fazendo as ligações.

Outro hábito japonês que poderia ser adaptado e aperfeiçoado no Brasil é a consideração com qualquer policial, que normalmente esteja fardado. Mesmo as pessoas que se consideram importantes devem estar submetidas às autoridades, mas o que entre os brasileiros é usual receber uma pergunta do tipo: “Você sabe com quem está falando?”.

Estes tipos de pequenos detalhes acabam, somados, determinando a eficiência de um país, fazendo-os mais ou menos competitivos com outros. É evidente que não é necessário que tudo seja feito de forma radical, mas no mundo globalizado é preciso que todos se sintam prestigiados executando seus trabalhos com eficiência e alegria.

Não custa nada demonstrar uma civilidade que deixa todos mais satisfeitos, fazendo com que a eficiência econômica possa ser alcançada, ao mesmo tempo em que a população se sinta satisfeita.

Cito dois exemplos do que aconteceu na realidade. Uma vez, em Tóquio, estava atravessando uma rua que estava congestionada. O guarda chamou a minha atenção perguntando se não havia observado que o sinal estava fechado para mim, ainda que todos os automóveis estivessem parados. Como é do costume dos japoneses, respondi respeitosamente com um “sim, senhor”.

Numa ocasião, uma brasileira que não era de origem japonesa atendia ao telefone, abaixando a cabeça concordando com o interlocutor que não a estava vendo. Um amigo observou que ela tinha se tornado uma japonesa, pois estes gestos indicavam a sua total absorção da cultura japonesa, pois, mesmo não sendo observada, se comportava como dela se esperava. O importante, parece, é o espírito das reações respeitosas com relação aos terceiros.



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