Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Itochu Japonesa Aumentou Funcionários que Falam Mandarim

7 de maio de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um artigo publicado no Asahi Shimbun informa que a trading japonesa Itochu está aumentando significativamente o número de funcionários que dominam o mandarim.

A trading japonesa Itochu comemora o aumento de funcionários que dominam o mandarim, tomando vinho de arroz chinês e consumindo o pato de Peking. Foto publicada no Asahi Shimbun

Diante do volume de operações realizadas pela trading Itochu na China, começou em 2015 a conceder estímulos para que seus funcionários dominassem o idioma mandarim, pagando as taxas dos seus cursos e seminários que tratavam do assunto. Hoje, comemora que conta com 1.043 funcionários que dominam o mandarim, mais do que qualquer outra empresa japonesa. Não há dúvidas que isto ajuda muito nos seus negócios como nos aumentos dos relacionamentos com a China que está chegando próximo de superar os Estados Unidos em diversos setores de conhecimento no mundo.

A Itochu tinha investimentos na China correspondente a 848,7 bilhões de ienes (US$ 7,8 bilhões) a partir de outubro de 2017, quando na primavera japonesa de 2010 contava somente com 128,9 bilhões, ou seja, aumentou em cerca de seis vezes mais em seis anos. Certamente, trata-se de um feito louvável, mas será que isto seria suficiente para recuperar a importância que ela tinha no comércio internacional?

Não há dúvidas que dominar o mandarim seria uma forma de habituar os colaboradores a aumentarem seus negócios com aquele importante vizinho. Mas parece que haveria necessidade de aumento de funcionários de carreira de origem chinesa que possam chegar ao topo da administração da empresa, reconhecendo que os chineses possuem habilidades comerciais e empresariais bastantes características, com agressividades que diferem dos japoneses.

No comércio internacional, mesmo na China, conta-se com muitos entendimentos que são realizados em inglês, esperando-se que aumentem também os feitos em mandarim. Os negócios hoje estão bem globalizados, não se restringindo às operações bilaterais. A nossa parca experiência negociando alguns produtos brasileiros na China, como papel e aço, mostraram que os chineses dispunham de especialistas treinados em Tóquio, Londres, Nova York e Paris, além da Ásia, onde suas influências são cada vez mais expressivas.

Também os operadores japoneses no mercado internacional se expressam mais em inglês atualmente, ainda que para conversas mais sigilosas utilizem o idioma japonês. É evidente que o domínio do mandarim facilitaria entendimentos mais reservados, mas parece que outras habilidades dos empresários e funcionários chineses não se restringem ao domínio do mandarim, mas a milenar cultura empresarial de que são dotados, com marcas de agressividade que não são usuais entre os japoneses. Mas é um ótimo acréscimo de habilidade, que poderia ter início no nascimento, com o aumento da miscigenação de chineses e japoneses, ou de outras nações do mundo. Aprender um idioma depois de adulto é bem diferente do que o adquirido na primeira infância.

Tudo indica que os chineses, dadas às dificuldades do idioma mandarim e outros utilizados regionalmente, como pequinês e cantonês, acabam usando os neurônios mais do que os ocidentais, o que os habilitam para muitas outras atividades, sendo que as comerciais vêm antes mesmo do estabelecimento das Rotas das Sedas, nas relações com a Europa, e que hoje ganham novas versões.



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