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O Papel da Anvisa com Relação aos Alimentos e Bebidas

23 de maio de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , , ,

clip_image002O papel das agências reguladoras como a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária deveria ser a preocupação com a saúde pública e não a defesa dos produtores inescrupulosos que ajudam a provocar a obesidade, o diabetez e a pressão arterial elevada que viraram problemas de calamidade pública no Brasil.

Um artigo publicado por Ligia Formite no Estadão informa que as embalagens dos alimentos industrializados e bebidas deverão conter a advertência sobre o excesso de gorduras trans, açúcar ou sal para melhor informação dos consumidores, o que deverá ainda passar por um processo de receber subsídios adicionais para o seu melhor funcionamento. Apesar deste cuidado ser importante, o fato concreto é que a obesidade, o diabetes e a pressão arterial elevada já viraram problemas de calamidade pública, impondo elevados custos de tratamento de saúde no Brasil bem como danos irreparáveis para a população. Os consumidores que preferirem mais gorduras, açúcar ou sal podem adicioná-los, enquanto os que foram advertidos só contam com a opção de evitá-los, não podendo reduzir o volume destes ingredientes que afetam mais os mal-informados. Os seres humanos não são iguais e em suas vidas diferenciadas estes ingredientes exercem efeitos mais ou menos intensos.

Para um leigo, o que parece mais racional é a proibição pura e simples destes ingredientes que os especialistas entendem que estão contribuindo para calamidades públicas na área da saúde, mesmo com a concessão de um tempo para a adaptação. Basta ver em qualquer lugar para se notar que uma grande maioria de brasileiros está acima do peso ideal e mesmo que desejarem não são capazes de reduzir o consumo de ingredientes nocivos, muitos porque estão viciados pelos produtos enganosos.

Todos sabem que existem medicamentos que, apesar de serem benéficos para alguns pacientes, exigem prescrições médicas para o seu uso, como os de tarja preta, pois não podem ser usados pelos leigos indiscriminadamente. Os alimentos e bebidas, de consumo mais generalizado, apresentam problemas similares. Atendemos num hospital uma enfermeira que consumia diariamente litros de um refrigerante açucarado que, não conseguindo controlar este consumo danoso, estava com evidente sobrepeso, o que acabou exigindo uma cirurgia no seu estômago como forma de minorar sua dificuldade que provocaria outros problemas.

A intensa propaganda de algumas empresas com alimentos industrializados e bebidas açucaradas, ao lado de produtos viciantes, provoca a incapacidade de muitos consumidores no controle dos seus consumos. Parece que, quando se torna uma calamidade pública, há que se tomar medidas mais drásticas, até porque existem gorduras, açúcar e sal que podem ser adicionados nos seus alimentos para quem deseja caminhar no sentido de um quase suicídio. De qualquer forma, há uma urgência na melhoria da alimentação da população, mesmo que muitos entendam que produtos nocivos devem estar nas prateleiras dos supermercados, onde as advertências em letras minúsculas e em termos pouco compreensíveis para os consumidores comuns estejam inseridas. O uso de figuras gráficas, ainda que ajudem, não parece resolver o problema.



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