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Superando as Adversidades na Arte

1 de junho de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Neste tempo difícil pelo qual estamos passando, existem gigantescos exemplos mostrando que a adversidade pode ser superada na Arte, pelos trabalhos excepcionais de artistas consagrados como Henri Matisse e por dirigentes de importantes museus como o Centre Pompidou e o Instituto Tomie Ohtake, onde desponta Ricardo Ohtake, que consegue a colaboração de destacada instituição da França e reconhecida no mundo, além de acervos de instituições brasileiras e patrocinadores relevantes como o Bradesco.

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Uma exposição imperdível no Instituto Tomie Ohtake, que leva o visitante pensar que está diante de uma verdadeira alucinação

Juntar numa só exposição obras consagradas como de Henri Matisse, Georges Braque, Vassily Kandinsky, Pablo Picasso, Joan Miró, Roberto Delaunay, Man Ray, Paul Klee, Salvador Dali e Fernando Léger, ao lado de trabalhos brasileiros de excepcional destaque como os de Anita Malfatti, Lasar Segall, Vicente de Rego Monteiro, Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Cícero Dias, Flávio de Carvalho, Cândido Portinari, Alberto da Veiga Guignard e Maria Martins, é coisa raríssima no mundo.

Notadamente, quando se passa por período de grandes adversidades que atingem também o campo da cultura e das artes. Congratulações a Ricardo Ohtake são insuficientes pela proeza que deve ter demandado muito tempo e gigantesco trabalho, até porque tudo isto está sendo oferecido gratuitamente ao público brasileiro.

Somente uma das obras expostas já valia uma demorada visita e quando tudo isto está à disposição do público formando um conjunto pequeno, mas expressivo, há que se reconhecer que estamos diante de um acontecimento ímpar. Muitos brasileiros beberam em Paris das importantes contribuições históricas que vão de 1900 e terminam em 1946 e os pobres mortais que puderam ver algumas destas obras ao vivo não acreditam que estão diante de muitos trabalhos que só conhecem por livros e revistas.

Ousaria dizer que quem perder esta oportunidade está cometendo um crime, furtando-se de algo que não vai se repetir por muito tempo e tudo de forma gratuita. Vale muito mais que uma viagem a Paris e uma longa peregrinação pelo Brasil todo e, mesmo assim, não seria humano conseguir a autorização dos que emprestaram estas raríssimas obras para esta exposição. Estas não são palavras que nada valem. Vão e vejam com seus próprios olhos, pois levei tempo para inteirar-me que estava diante dos originais de muitas obras que só conhecia por fotografias. Precisei beliscar o meu braço para ter certeza de que estava acordado, não era um sonho…

Outro exemplo de superação é o excepcional trabalho de Henri Matisse que foi objeto de um programa de televisão e está apresentado no pequeno livro de Gilles Néret, da editora Taschen. Ele já era um consagrado artista quando foi acometido por uma grave doença do qual só se livrou parcialmente depois de anos. Como não podia mais trabalhar com tintas, passou a recortar papéis coloridos que dispunha num conjunto até gigantesco, para expressar como via as coisas.

Ele encontrou uma nova forma para apresentar a sua arte que se tornou consagrada pelos muitos trabalhos importantes que hoje são conhecidos.

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Henri Matisse, depois de sua longa doença, passou a produzir quadros com recortes

Centenas de seus trabalhos de colagens se tornaram famosos, inaugurando uma nova forma de arte, obtendo preços elevados em muitos leilões.

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Um dos muitos trabalhos de colagem de Henri Matisse que ficaram consagrados no mundo

São muitos os exemplos, não somente na arte, em que os esforços de superação das adversidades resultaram em contribuições importantes para a humanidade.



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