Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aperfeiçoamentos Possíveis na Culinária Brasileira

1 de outubro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: , ,

Apesar da ampla divulgação que se processa, principalmente por intermédio dos programas de TV sobre a culinária brasileira que oferece contribuições positivas, não se consegue transmitir alguns cuidados para evitar inconvenientes como os efeitos de alguns produtos sobre a atual obesidade da população, que se tornou uma praga nacional. Também se dissemina pela imprensa esforços locais para o uso de plantas alimentares não convencionais, chamadas de PANC, sem que cuidados sejam recomendados para os seus usos indiscriminados que podem incorporar alguns inconvenientes.

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Um estrangeiro que visita o Brasil se impressiona com a exagerada quantidade de programas que cuidam da culinária, sem que se recomendem cuidados para se evitar a obesidade de uma população que se tornou mais sedentária

Assisti a um programa recente na TV que apresentava o preparo de uma carne gordurosa com abundância de sal, ao mesmo tempo em que parte de seu sebo ainda era colocado no fogo num recipiente para aproveitar o óleo saturado que era usado na polenta enriquecida com pedaços de bacon. Se este prato fosse apreciado por um trabalhador rural, que realizava muito esforço sob sol intenso, até poderia ser compreensível, mas para a população urbana cada vez mais sedentária, certamente não contribuiria para a sua vida saudável.

Lembrei-me de que na Ásia costumava-se explicar as conveniências de muitos ingredientes para as muitas necessidades da alimentação para sustentar a vida saudável da população, procurando neutralizar alguns aspectos que poderiam ser inadequados. Por exemplo, sempre se procura acompanhar com o nabo, muitas vezes ralado, para contrapor-se à gordura. A soja costuma evitar os inconvenientes do colesterol, além de proporcionar algumas outras contribuições. Todos sabem que precisamos de proteínas e outros ingredientes, mas parece conveniente neutralizar alguns dos seus efeitos, principalmente para a alimentação da população urbana cada vez mais sedentária.

Também se noticia na imprensa impressa a atual onda em algumas localidades regionais onde as Panc – Plantas Alimentares não convencionais estão sendo aproveitadas na alimentação, usando alguns pequenos terrenos urbanos. Certamente, é algo novo e interessante, mas são abundantes as informações científicas que as poluições provocam efeitos como de muitos agrotóxicos químicos, havendo que se tomar o devido cuidado. Uma foto de uma senhora apanhando plantas nas calçadas, onde muitos animais fazem as suas necessidades fisiológicas, nos faz lembrar que é preciso extremo cuidado para evitar efeitos danosos neste esforço de enriquecimento da alimentação.

Para aqueles que possuem curiosidade mais profunda sobre este assunto, a leitura do livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, que tem como autores Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi, editada pelo Instituto Plantarum de Estudos da Flora, parece de fundamental importância.

Ninguém pode ser contrário à disseminação de informações sobre a culinária que em algumas partes do mundo são confundidas com os medicamentos. Mas parece que os alertas sobre algumas inconveniências precisam também estar acompanhados, para que a população tome as devidas cautelas. O mesmo acontece com o uso exagerado do açúcar e do álcool, que apresentam uma nítida tendência de redução do seu uso.

A alimentação adequada não pode se restringir ao prazer que ela proporciona, ainda que isto seja positivo. É claro que muitos exercícios físicos são feitos para “queimar” o excesso que é consumido, mas quando parte da população mundial sofre insuficiência de alimentação, parece que é um desperdício desnecessário que o excesso de consumo seja eliminado por esforços físicos adicionais, que também apresentam suas vantagens colaterais.

O que precisamos considerar são os exageros, os cuidados para um razoável equilíbrio, pois sempre a alegria proporcionada pela alimentação também contribui de forma importante no bem-estar mental da população.



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