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Lancet Preocupada Com Governo Bolsonaro na Saúde

23 de janeiro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , , , ,

A Lancet é uma revista científica relacionada com a saúde de maior credibilidade. As sensíveis melhorias que vinham se registrando desde a volta à democracia na área da saúde popular apresentam agora algumas preocupações que precisam ser superadas com a maior urgência.

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Preocupação da LANCET sobre a saúde no novo governo Bolsonaro

No seu editorial do número de fevereiro de 2019, a Lancet informa que pelo novo governo Jair Bolsonaro não ter informado claramente o que pretende fazer na área da Saúde, notadamente voltada para a equidade, deixa preocupações com os que estão envolvidos nestas atividades.

O Brasil, desde 1985 até 2016, aumentou de 63,5 anos para 75,5 anos a expectativa de vida de sua população, apesar de todos os seus outros problemas. A taxa de mortalidade infantil caiu de 62,9 para 14,6 por mil nascidos e as pessoas que vivem do limiar da pobreza nacional diminuiu de 24,7 em 2001 para 8,7% em 2015, segundo os dados do Banco Mundial. São índices impressionantes para um país emergente que apresenta muitas outras dificuldades.

A Constituição de 1988 criou o Sistema Único de Saúde (SUS), perseguindo a cobertura universal da população no que se refere ao setor. O programa Bolsa Familia em 2003 consolidou sua posição de líder no compromisso de equidade e bem-estar social.

Janaina Gomes Nascimento Oliosi e seus colegas fizeram uma análise reprospectiva sobre o tratamento da tuberculose em sete cidades brasileiras, divulgada nesta revista. O Bolsa Família contempla com US$ 25,60 ou menos por família, que inclui mulheres grávidas ou lactantes com 17 anos ou menos e tenham uma renda per capita mensal de US$ 25,60 a 51,20. Os pagamentos estão condicionados à frequência escolar e vacinação das crianças. É um exemplo de algo que funcionou.

Todo este avanço desde o final do ano passado está sob ameaça. O novo Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirma que sua prioridade é a redução das despesas, inclusive com a população indígena. O novo governo criticou o programa Mais Médicos que utilizavam cubanos, pois parte substancial dos recursos era dirigido para o governo de Cuba. O problema é que eles não estão conseguindo substituir por médicos brasileiros, notadamente nas regiões mais afastadas, e o governo está procurando considerar parte dos cubanos que se dispõem a continuar no Brasil.

Todas estas novas prioridades estão preocupando os médicos que estão ligados com as orientações como as dadas pela revista Lancet, para que não se registrem retrocessos sensíveis na área da Saúde e da equidade para as populações mais pobres.

Espera-se que os exageros das declarações oficiais sejam corrigidas no futuro próximo, visando que os menos protegidos da população brasileira contem com o mínimo que já tinha se tornado um símbolo importante do esforço brasileiro.



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