Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Queda Sensível do Emprego nos Estados Unidos

27 de agosto de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Raramente se observou nos Estados Unidos uma diferença tão sensível entre o presidente Donald Trump, que aparenta estar correto, com o presidente do FED – Banco Central norte-americano, Jerome Powell, como apresentado no artigo desta semana do The Economist.

Jerome Powell, presidente do FED – Banco Central norte-americano, em visível situação desconfortável diante da pressão do presidente Donald Trump para a redução dos juros, que neste caso aparenta estar com a razão

A prestigiosa revista internacional The Economist apresenta uma matéria de grande peso, com um gráfico mostrando que o emprego nos Estados Unidos está cerca de 500 mil abaixo do esperado. Donald Trump vinha pressionando pela queda da taxa de juros naquele país provocado pelo FED, que tem efeito em toda a economia mundial. A origem da tendência de sensível desaceleração da economia é a guerra comercial que os norte-americanos desencadearam sobre a China, afetando o mundo, algo como um tiro no pé, que está provocando um efeito sobre os próprios Estados Unidos. Muitos recomendam que a alternativa fosse a redução da tributação sobre o consumo que o presidente norte-americano não deseja efetuar, pois poderia dar a impressão de que os democratas seriam beneficiados na próxima eleição, evidentemente prejudicando os republicanos.

Poucos imaginavam que a queda do emprego nos Estados Unidos seria tão dramática e mesmo a redução mais sensível de juros, algo como 1% na próxima rodada, teria um efeito imediato de reversão do quadro. Há que se manter uma tendência de queda por algum tempo, para estimular os consumidores a serem mais agressivos. Também a redução da tributação deve provocar uma nova tendência, se mantida por um bom tempo.

O problema é que isto que está ocorrendo nos Estados Unidos, evidentemente afetando a China, propaga-se pelo resto do mundo, e a mudança das tendências é normalmente demorada. Muitos analistas antecipam uma recessão que pode durar alguns anos, mesmo que as doses de queda de juros e reduções dos impostos sejam cavalares.

Lamentavelmente, em economia os danos podem ser rápidos, mas as recuperações costumam exigir um bom tempo, até todos os agentes se convencerem que as mudanças acabarão beneficiando a todos. No primeiro momento, tudo indica que as quedas dos juros e até da tributação serão voltadas para a redução dos débitos já acumulados. Voltar ao consumo mais agressivo, normalmente, exige uma permanência da nova situação por um tempo razoável, principalmente para se propagar pelo mundo.



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