Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reflexões Sobre as Tendências Mundiais Futuras

27 de setembro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Mesmo com a visível deterioração da liderança mundial dos Estados Unidos nas últimas décadas e a redução do crescimento atual de sua economia, não se consegue que a oposição política interna daquele país apresente candidatos que possam ter possibilidades eleitorais concretas. Países como o Brasil e o Japão continuam fortemente atrelados a eles, que aparentam estar afundando lentamente. Não surgem estadistas no mundo com propostas expressivas para o futuro, com desejos otimistas de um ponto de inflexão nas tendências atuais. Países gigantescos com longa história como a China, mesmo com suas dificuldades políticas, acabam tendo aumento de sua importância mundial.

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O mundo atual e as possibilidades futuras

A humanidade sempre tentou superar as limitações que encontra, usando a sua criatividade, mesmo que num processo democrático isto possa exigir um tempo razoável para disseminação de novas ideias. Observando-se a atual imprensa mundial, nota-se que muitos assuntos históricos voltam à pauta diante da carência de novidades relevantes que mereçam a devida atenção no presente. Desde a crise de 1929, apareceram alguns estadistas, mesmo com visões que não contavam com o suporte mundial, mas tinham sonhos de mudanças que acabaram consumindo dezenas de anos para obter seus resultados. Lamentavelmente, a Segunda Guerra Mundial ajudou neste processo, acelerando inovações com novas tecnologias. O que seria desejável é que conflitos armados não sejam mais necessários, ainda que muitos analistas os considerem quase inevitáveis.

Com a generalização das aspirações democráticas pelo mundo, tudo indica que serão necessários longos períodos para a volta de fases de prosperidade, onde se espera que seus benefícios sejam estendidos de formas a atender às necessidades mínimas dos mais desfavorecidos. A sustentabilidade de qualquer processo parece atender a esta aspiração que já é muito antiga no mundo.

De outro lado, em países que já atingiram o desenvolvimento, a carência de importantes desafios econômicos parece induzir muitos jovens à depressão, provocando um aumento assustador de suicídios. Alguns deles procuram trabalhos voluntários em países carentes para se realizarem, atendendo aos mais necessitados.

Em muitos casos passados no mundo, observou-se que as restrições existentes se constituíram em desafios que começaram estimulando a criatividade de alguns dissidentes e que acabaram ganhando mais adeptos, chegando a ser aceito por muitos outros. Observa-se que o avanço na tecnologia já está permitindo superar muitos dos problemas, sendo mais demorado quando se trata de formas políticas que envolvem ideias. Tudo indica que sempre existem grupos dentro das diversas populações que contam com convicções, como as religiosas ou ideológicas, que são mais difíceis de serem aperfeiçoadas. A humanidade parece optar por decisões majoritárias nas suas decisões, mas quando há uma exagerada fragmentação nas sociedades é difícil que elas envolvam uma clara maioria estável por um bom período, indispensável para proporcionar resultados expressivos nos objetivos perseguidos.

Com todas estas limitações, tudo indica que haverá necessidade de muita paciência por um período razoavelmente longo. Mas o que parece é que as formas de comunicação rápida, com o uso de novas tecnologias eletrônicas, estão acelerando a disseminação quase instantânea de ideias superficiais, quase simples sentimentos desejados, sem uma substância mais concisa, adequadamente examinada em profundidade.

Parece que isto está incentivando medidas populistas e nacionalistas que estão se disseminando por muitos países de forma até perigosa. Muitos novos líderes assumem o poder, ainda que não permaneçam nestas posições por muito tempo. Acabam contribuindo para que haja um diagnóstico de uma situação próxima ao caos. A esperança é que as críticas vindas de todo o mundo ajudem a despertar desconfianças que elas estejam incorretas, fazendo com que sejam suspensas, por pressões internas e externas.

No caso brasileiro, quando o próprio presidente Jair Bolsonaro não desconfia que seu pronunciamento nas Nações Unidas não fosse diplomático, mas agressivo, em nada facilitando os que desejam colaborar para sanar alguns dos nossos graves problemas, há que se concluir que algo está errado. Nenhum país está isolado no mundo, necessitando exportar parte de sua produção, para permitir importar outros com as divisas geradas, inclusive tecnologias avançadas para ajudar no seu desenvolvimento, criando o emprego indispensável para a sua população.

Não se pode confundir o aumento temporário de alguns empregos nas proximidades do final do ano com o início de um processo duradouro de desenvolvimento. Estamos, atualmente, segundo muitos analistas, no fundo do poço e há que se contar com um vigoroso crescimento para eliminar o grande estoque de dificuldades que acumulamos.

Temos os recursos naturais necessários para tanto, uma população miscigenada de varias origens, e temos a criatividade para superar alguns obstáculos. A ajuda externa seria bem-vinda, para encurtar o prazo para voltar ao vigoroso desenvolvimento que já tivemos no passado, corrigindo sempre eventuais erros que todos nós cometemos. Há que ser modesto na situação em que nos encontramos, e a arrogância em nada nos ajuda no bom relacionamento internacional que já tivemos no passado, mesmo no comando de tudo que temos que podem ajudar o resto do mundo nas soluções dos seus problemas. Fazemos parte do mundo.



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