Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Duas Orientações Diferentes Para Resolver os Problemas

3 de outubro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Enquanto o atual governo dos Estados Unidos restringe as importações para defender seus empregos, os chineses procuram avançar nas tecnologias de ponta como as do 5G para superar os obstáculos que encontram pela frente. No longo prazo, vai se abrindo uma diferença significativa entre os dois países líderes da economia mundial.

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Donald Trump e Xi Jinping

A atual política econômica dos Estados Unidos que chamam de “America First” impõe restrições para a importação, visando a defesa dos empregos dos norte-americanos e está provocando uma desaceleração mundial com a sua guerra comercial, principalmente com relação à China. De outro lado, os chineses, com o seu “Made in China 2025”, estimulam, entre outros setores, a generalização da tecnologia de ponta do chamado 5G, acentuando a sua competitividade no mercado internacional, tirando partido do seu gigantesco mercado interno.

No longo prazo, parece evidente que os Estados Unidos vão se tornando menos competitivos na economia mundial, enquanto a China vai se preparando para aumentar a sua produtividade com as novas tecnologias, tornando-se mais competitiva no mundo.

A miopia que se dissemina no mundo provoca uma tendência de aumento do nacionalismo e do populismo em muitos países, esquecendo-se que a globalização ocorrida nas últimas décadas permitiu um crescimento econômico significativo que beneficiou a todos, uns mais que outros, mas agravando a disparidade de renda entre os privilegiados e os menos favorecidos.

As insatisfações populares aumentaram em muitos países, fazendo que os novos governos se enquadrem nas novas tendências, ainda que os benefícios para a humanidade ocorram a velocidades menores. Os países que se aparelham para contar com novas tecnologias, mais eficientes, mesmo demorando um pouco mais, tendem a acabar se destacando, ainda que restem problemas políticos de elevada complexidade. Os seres humanos não são totalmente racionais, tendo suas preferências com os que lhe são mais próximos.

Começam a surgir também preocupações para que os benefícios do desenvolvimento econômico sejam distribuídos com menor disparidade, pois a humanidade teve sempre um desejo de igualdade, para ser sustentável por um longo período. A sustentabilidade, sob diversos aspectos, parece também que vem se tornando uma aspiração geral.

Do ponto de vista ideológico, o atual governo brasileiro tende a perfilar com os Estados Unidos, que continua poderoso, mas vai perdendo as condições de se manter como principal líder mundial. Mas, de forma um tanto pragmática, procura manter também relações profundas com a China, um dos seus melhores clientes dos produtos que os brasileiros colocam no mercado mundial. Também os chineses contam com recursos para ajudar na instalação da infraestrutura indispensável para a economia brasileira.

Espera-se que a exagerada polarização que ocorre atualmente no mundo tenda a se atenuar. O Brasil, que enfrenta atualmente graves problemas, necessita acelerar o seu desenvolvimento para criar os empregos que sua população necessita, voltando a dar maior importância com as relações externas. Espera-se que o pragmatismo brasileiro ajude a conviver com todos os países do mundo, independentemente das escolhas que eles fizerem, ainda que muitos chegados ao atual governo façam declarações estridentes não ajudam neste sentido.

Com desgastes do atual governo brasileiro junto à opinião pública, com constantes mudanças de posições, podem acabar com suas chances de novos mandatos. Mas, para tanto, como nos Estados Unidos, a oposição necessita contar com uma equipe competente, que possa apresentar uma alternativa consistente.



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