Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Preocupação Chinesa Com o Abastecimento de Alimentos

15 de outubro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Segundo um artigo publicado por Wang Xiaodong no China Daily, um documento divulgado nesta semana pelo governo chinês enfatiza a cooperação internacional para o abastecimento mundial de alimentos. Os chineses já enfrentaram problemas da fome para a sua população no passado, que chegou a provocar muitas mortes, quando os Estados Unidos boicotaram o fornecimento de alimentos. Tudo indica que o desenvolvimento de sua produção interna, ainda qimageue caminhe bem atualmente, haveria uma grande preocupação com a escassez de água para a sua produção e procuram assegurar o abastecimento externo, como dos países africanos.

A produção agrícola chinesa caminha bem no momento, mas precisará de mais água para continuar crescendo

A China, apesar de contar somente com 9% das áreas agriculturáveis do mundo, abastece 20% da população mundial. Conta somente com 6% das águas utilizáveis do mundo, segundo Zhang Wufeng, chefe da National Food and Strategic Reserves Administration daquele país. Sua população chega a um quinto do mundo, e sua produção agrícola atinge 25%. Os chineses continuam no esforço de assegurar a sua segurança alimentar, tendo o controle firme de sua produção de arroz em suas mãos.

Mesmo com as atuais dificuldades da guerra comercial que os Estados Unidos movem contra a China, eles se dispõem a contar com a importação de cereais como a soja, além de produtos animais, que necessitam pela atual praga que atinge a sua produção de suínos. Apesar disto, também importam do Brasil que é um importante fornecedor de soja, bem como carnes de porco, frango e até mesmo de bovinos.

Também cooperam com outros produtos dentro do acordo com a Organização Mundial de Comércio. No ano passado, importaram 116 milhões de toneladas de grãos, entre eles 88 milhões de soja, nove vezes mais do que o montante de 1996. A melhoria econômica naquele país ampliou a demanda de alimentos.

Segundo Su Wei, vice-secretário geral da National Development and Reform Comission da China, eles desejam partilhar com outros países a experiência na melhoria da segurança alimentar. Em fins de 2016, eles ajudavam mais de 50 países na África, com cerca de 500 programas de assistência agrícola, incluindo produção, armazenagem de grãos, equipamentos e máquinas agrícolas, e processamento de produtos alimentares, segundo o documento do governo daquele país.

Na realidade, diante de sua vulnerabilidade, também acabam se preocupando tanto com a produção em outros países como no desenvolvimento da segurança alimentar, incluindo a possibilidade de combate à pobreza. Certamente, o Brasil continuará sendo um parceiro importante da China, começando pelo fornecimento de alimentos, mas estendendo também na infraestrutura, notadamente para o seu escoamento.



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