Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Baixo Coronavírus no Japão

29 de março de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , , , | 10 Comentários »

clip_image002Um artigo de Gearoid Ready, do Bloomberg, publicado no Japan Times levanta algumas hipóteses sobre as razões por que as contaminações do coronavírus no Japão são mais baixas do que os países europeus. Pode ser que venham a se elevar, havendo necessidade de cuidados adicionais ao que vêm sendo tomados atualmente.

Tradicionalmente os japoneses usam máscaras para evitar contaminar outros mesmo com simples resfriado

Segundo este autor, os japoneses não costumam cumprimentar os outros com as mãos ou abraços, preferindo baixar a cabeça, mantendo cerca distância neste cumprimento. Também lavam as mãos com mais frequência que os europeus. Pode-se acrescentar que também costumam deixar os calçados fora de suas residências e, quando não usam tatamis, costumam usar chinelos e tamancos quando vão para áreas como os banheiros. O fato concreto é que no Japão o coronavírus propagou-se mais lentamente do que nos países europeus, apesar de mais próximo da China de onde se propagou a praga para outros países.

Kenji Shibuya, professor do King´College de Londres e ex-chefe de política de saúde da Organização Mundial de Saúde, vê duas possibilidades no caso japonês. As autoridades japonesas se concentraram nos grupos que estavam contaminados e haveria também a possibilidade de novos surtos ocorrerem, exigindo cuidados adicionais no Japão. Segundo ele, os testes com os possíveis contaminados no Japão estão aumentando, mas não são suficientes para todos.

Os japoneses adotaram o trabalho a distância de forma intensiva e Laurie Garrett, escritora norte-americana de saúde global, refere-se que eles tiveram um pequeno número de casos de SARS-CoV-2, que ficaram concentrados em poucos pacientes. Parece que 80% dos contaminados japoneses não transmitem esta doença, segundo se verificou até 9 de março último.

Os japoneses reabriram as escolas, recomendando cuidados adicionais aos alunos. Acostumados com a disciplina, as recomendações são seguidas pela grande maioria dos alunos, mas estão preparados a tomar medidas adicionais e mais rigorosas, se for necessário. No último fim de semana, recomendou-se que a população restrinja a circulação pelo Japão, o que não é obrigatório, mas seguido pela maioria dos japoneses.


10 Comentários para “Baixo Coronavírus no Japão”

  1. Carlos
    1  escreveu às 09:48 em 29 de março de 2020:

    Surgiram diversas teorias sobre o número baixo (até duas semanas atrás) de infectados por COVID no Japão. Mas estas mesmas teorias estão agora caindo por terra, quando em Tóquio se registrou mais de sessenta casos em apenas um dia. É claro que os hábitos e os costumes japoneses colaboram com o combate ao contágio, mas só isso não é o suficiente. Na minha opinião, a reabertura das escolas é um erro grave, pois mesmo sendo assintomáticas, as crianças podem contaminar os mais velhos, e sendo um país com grande população de idosos, isso assusta. Espero, de verdade, que eu esteja errado.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 15:35 em 29 de março de 2020:

    Caro Carlos,

    Tenho impressão semelhante, mas vamos esperar um pouco.

    Paulo Yokota

  3. Vinicius
    3  escreveu às 22:29 em 30 de março de 2020:

    Pelo que assisti no You Tube, em canais de pessoas que trabalham no Japão, o número de casos aumentou de uma hora para a outra logo depois do adiamento das olimpíadas. Alguns chegam a dizer que o governo omitiu a população e ao mundo informações mais precisas sobre o real número de infectados.
    Assim como há um desconfiança de que o número de infectados e mortos na China tenha sido muito maior do que o divulgado essa mesma dúvida foi levantada em relação aos números apresentados pelo governo italiano.

    Além do meu país, a Índia, Coreia do Norte e EUA são os países que mais me preocupam.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 01:13 em 31 de março de 2020:

    Caro Vinícius,

    Estes tipos de suspeitas sempre existem, pois os critérios para inclui-los entre os afetados diferem, além de haver deficiências para estas apurações em muitos países. Evidentemente os países mais populosos costumam preocupar mais, com grandes diferenças regionais e pouco aparelhamento para levantamentos estatísticos confiáveis.

    Paulo Yokota

  5. Renata Vargas de Oliveira
    5  escreveu às 13:15 em 2 de abril de 2020:

    Dr. Paulo Yokota:

    O número de casos da COVID-19 não para de aumentar no Japão.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 19:52 em 2 de abril de 2020:

    Cara Renata Vargas de Oliveira,

    Infelizmente isto está acontecendo em muitos países do mundo, mas as dimensões são bastante diferentes, com estruturas para atende-los no que for possível.

    Paulo Yokota

  7. Walisney Silveria
    7  escreveu às 08:42 em 7 de abril de 2020:

    Casos da Covid-19 estão aumentando no Japão e, nesse país, a quantidade de centenários ultrapassa 70 mil pessoas.

    A pandemia será nefasta ao Japão!

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 10:37 em 7 de abril de 2020:

    Caro Walisney Silveira,

    Tenho a impressão, pelo que conheço do Japão, que eles estão mais preparados para esta crise, apesar do número elevado de idosos. Agora o governo daquele país tomou medidas mais drásticas em grandes cidades como Tóquio e Osaka, que tende a ser mais seguido. Lamentavelmente no Brasil não temos condições de atender todos os suspeitos de contaminações.

    Paulo Yokota

  9. Roberto Gutiérrez
    9  escreveu às 11:17 em 7 de abril de 2020:

    Sr. Yokota:

    O Japão está demorando demais para adotar medidas mais agressivas no combate ao coronavírus. A Globo e a Record mostram muita aglomeração, como a que ocorreu durante o hanami. É preocupante…

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 15:55 em 7 de abril de 2020:

    Caro Roberto Gutierrez,

    Obrigado pelo comentário. Os dados japoneses eram relativamente baixos, mas começaram a crescer. O governo já providenciou restrições adicionais nas grandes cidades como Tóquio e Osaka e espera-se que parte substancial da população siga as recomendações.

    Paulo Yokota


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