Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Riscos de Conflitos Armados no Mundo

24 de junho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , ,

Sempre que ocorrem problemas como os econômicos atuais, os dirigentes de diversos países atribuem as causas para fatores externos, aumentando os investimentos em pesados armamentos, como enfatizando os conflitos que já estavam acomodados. A China, por exemplo, ampliou as divergências com Hong Kong, como com a Índia, em Caxemira, ao mesmo tempo em que sua presença militar nos mares asiáticos continua aumentando.

A atual crise deve-se, em grande parte, ao problema do coronavírus, que terminou com a globalização que beneficiava o mundo. No entanto, para a compreensão da opinião pública, é mais fácil atribuir as tradicionais divergências que já existiam. Quando se incorporou Hong Kong à China continental, admitindo dois sistemas, um socialista chinês e outro capitalista, clip_image002sabia-se que isto poderia gerar problemas futuros, mas era uma forma que permitia uma convivência por um bom tempo. Agora, voltou-se a tentativa de impor, às autoridades locais, a total subordinação à China.

Conflitos atuais em Hong Kng com a China, exigindo a completa subordinação deste território ao continente

A China retomou as divergências com a Índia sobre o controle da Caxemira, uma região relevante para o abastecimento de água para o país que vem do Himalaia, que também estava acomodado. Estas e outras áreas de potenciais conflitos na Ásia voltam a ganhar importância, pois o coronavírus e a redução da globalização provocam a redução do crescimento que vinha se registrando na China. Uma forma tradicional de ativação da economia é o aumento dos investimentos em armamentos, que não dependem do consumo da população local ou de outros países que absorviam parte importante da produção chinesa na forma de importação.

Algo parecido também ocorre em outras partes do mundo, ainda que até o momento os investimentos estejam sendo concentrados na redução das contaminações do coronavírus e os demais efeitos colaterais. Os Estados Unidos e seus aliados também ampliam os investimentos em armamentos adicionais, como aviões militares e porta-aviões.

O que se espera é que as políticas econômicas destes países concentrem os objetivos para superarem os problemas provocados pelo coronavírus, preparando-se para o novo mundo que certamente teria adaptações significativas após a superação da sua fase mais crítica. Já existem indícios que a economia mundial exigirá formas de convivências com outras pragas semelhantes que afetam a saúde dos diversos povos.

O Brasil teria que estar engajado nesta batalha para o futuro, mas a atual confusão local, lamentavelmente, é acentuada, sem que a população saiba de forma clara em que direção as autoridades desejam que o país caminhe. Tudo poderia ocorrer com maior eficiência se a política governamental estivesse mais clara.



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