Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desperdícios de Alimentos

22 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Um artigo de Chen Weihua, publicado no China Daily, faz recordar os períodos como da Segunda Guerra Mundial quando muitos não podiam comer o necessário, aproveitando-se todas as eventuais sobras das refeições. Hoje, ao contrário, a obesidade constitui-se num problema de saúde pública, agravando muitas doenças, havendo necessidade de campanhas para se eliminar excessos de más alimentações. Mas, no Japão, ainda restou o conceito do chamado “motainai”, ou seja, um desperdício, ensinando-se as crianças a colocarem no prato clip_image002só o que vai ser consumido. O mesmo conceito é utilizado para todo e qualquer desperdício, de variados materiais e inclusive do tempo. Algo parecido acontece em outros países asiáticos que ainda necessitam importar muitos alimentos. No Ocidente, também as sobras das refeições costumam ser embaladas para se levar para casa.

Sobras de um almoço na China são levadas para casa

O autor do artigo na China lembra que seu pai informava quanto ele devia comer de arroz, o alimento principal na Ásia no passado, pois a produção da época não era suficiente para uma alimentação farta. Surgiram, também, muitas alternativas ao arroz. No Japão, durante a Guerra, só se dispunha de inhame para comer, havendo depoimento de quem o consumiu exclusivamente por três anos. Os dados atuais da China mencionam desperdícios estimados em 17 a 18 milhões de toneladas, suficientes para alimentar de 30 a 50 milhões de pessoas. Informa-se que, atualmente, a China produz 700 milhões de toneladas, importando 130 milhões do resto do mundo. 98% do arroz, trigo e milho seriam de produção local. No caso da soja, 80 a 90 milhões de toneladas estariam sendo importados, uma parcela do Brasil.

Além da China, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Ucrânia, União Europeia, Sudeste Asiático e até a Argentina estariam importando alimentos, segundo o artigo no China Daily. Segundo o autor do artigo, o desperdício chinês seria uma vergonha, quando existem muitos, até nos Estados Unidos e na Europa, daqueles que não conseguem colocar na mesa os alimentos necessários. O Brasil poderia colaborar com mais produções agropecuárias, mas sempre existem interefências políticas nestes mercados.



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