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Hassan Diab Renuncia Com o Desastre no Líbano

11 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Como é natural, um grande número de jornais no mundo noticia esta renúncia do premier Hassan Diab, que a agência noticiosa Reuters espalhou pela imprensa de muitos países. Ao clip_image002mesmo tempo, outros que contribuíram para provocar desastres maiores, com mais de 100 mil mortes e mais de 3 milhões de afetados ainda se prepara para a sua reeleição, sem nenhuma consciência do que é normal na política pelo mundo.

Renúncia do premier do Líbano diante do desastre que lá ocorreu, notícia espalhada pelo mundo por agências noticiosas, como a Reuter, com foto acima

No desastre em Beirute morreram 163 pessoas, mais de 6 mil foram feridos e 300 mil ficaram desabrigados. O desastre foi provocado pela explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônia que estava depositado no porto por alguns anos. Três ministros já tinham renunciado e outros estavam preparados para tanto. Havia uma manifestação popular exigindo que governo assumisse a responsabilidade pelo desastre, pois não foram tomadas as medidas para remover este material para a produção de fertilizantes, mas que tem elevada capacidade de explosão.

Como todos sabem, no Líbano existe uma tradição que o presidente seja um cristão, o primeiro-ministro um muçulmano sunita e o presidente do Parlamento um muçulmano xiita, mas o sistema é acusado de favorecer o clientelismo e a corrupção. É verdade que no sistema parlamentar estas substituições acabam sendo mais fáceis e o premier já se dispunha a uma nova eleição.

Quando ocorrem desastres desta magnitude, as mudanças de governo são consideradas naturais, principalmente quando a população está se manifestando, até de forma violenta nas ruas. Lamentavelmente, no sistema presidencialista, a mudança do principal responsável pelo governo é sempre mais traumática, mas já ocorreram quando os problemas enfrentados são relevantes.

Quando, como nos Estados Unidos, a eleição está mais próxima, muitos alimentam as esperanças que mudanças importantes possam ocorrer, mas quando os mandatos ainda estão em torno de sua metade, estas soluções drásticas podem acontecer.

É verdade que em alguns países estas crises, como a atual do coronavírus, estão mudando as posições de muitos governos, mas também existem os que se mantêm sem grandes alterações, apesar de mudanças dos responsáveis do setor de saúde, que necessitam seguir as orientações do presidente, ainda que contestados por especialistas do setor. Mudanças paliativas não possuem o poder de alterar o difícil quadro em que muitos países se encontram.



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