Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Limitações das Pesquisas do Datafolha

21 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Mesmo que as pesquisas de opinião não apresentem uma coerência completa, principalmente quando feito com uma amostra de 2.065 entrevistas pelo telefone, nos últimos dias 11 e 12 de agosto, sempre dão uma ideia não precisa, mas útil. Numa das anteriores, havia indicação que o presidente Jair Bolsonaro havia conseguido uma tendência de melhora na sua imagem, como se a economia não tivesse uma ligação direta com ele, pois neste levantamento atual há uma tendência de que ela estaria insatisfatória para a população, tendendo a piorar, o que se nota sem nenhum levantamento técnico.

Isto indicaria que o presidente está conseguindo atribuir a responsabilidade das pioras dos resultados com relação ao coronavírus e da economia para outros, inclusive seus auxiliares e governos estaduais, municipais e empresários, quando ninguém ousa fazer algo sem a sua autorização pessoal, com o risco de ser exonerado, como ele chega até a comentar pelas redes sociais.

A PESQUISA DE 11 E 12 DE AGOSTO

Pesquisa Datafolha aponta que quatro em cada dez entrevistados (41%) acham que a situação econômica do país vai piorar nos próximos meses, enquanto 29% dos respondentes avaliam que permanece igual e 1% deles não souberam opinar.​ A pesquisa anterior sobre o assunto foi de dezembro do ano passado, presencialmente, pois antes da pandemia do coronavírus. Já havia uma tendência que vinha piorando.

(A Folha de S.Paulo não permite o uso do gráfico)

A pesquisa indicou também que 59% dos entrevistados acham que o desemprego vai aumentar. A inflação vai aumentar para 67% dos entrevistados e 43% acham que as compras vão diminuir. Muito resumidamente, o quadro econômico e sua tendência estão avaliados com bastante pessimismo. Muitos especialistas independentes do governo também fazem avaliações semelhantes.

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Filas de desempregados no Brasil

O natural é que houvesse uma aproximação entre os resultados das duas pesquisas, pois a diferença dos dias das enquetes é mínima. Por mais que haja mudanças em períodos instáveis e os objetos dos assuntos pesquisados apresentem diferenças, a incoerência fica muito gritante. As pesquisas de opinião não são precisas, mas as diferenças não costumam ser tão diversas.

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Combustíveis com novas especificações e preços elevados

Há que se constatar também que o quadro geral do Brasil está bastante confuso, contraditório em muitos casos, havendo dificuldade para a população chegar a uma posição clara. Também a grande mídia aparenta ter perdido parte da sua importância, com o aumento das redes sociais, que incluem muitos fake news, até profissionais e remunerados, que estão lentamente investigados por parte do Judiciário. Isto tende a acelerar a bipolarização, dificultando avaliações até feitas por profissionais, o que não é uma situação vigente somente no Brasil.



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