Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Água Corre Para o Mar…

15 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

Juntando diversas situações que ocorrem no Brasil, como no Japão, noticiados recentemente pela imprensa, parece possível cogitar-se que os sempre limitados recursos disponíveis no governo sejam aplicados com a maior eficiência possível. Isto que era ministrado nos cursos de planejamento e programação governamental na FEA – USP, que já foram aplicados da melhor forma nas mais variadas localidades e situações no Brasil. Comecemos pelo caso da clip_image002província de Akita, no Japão, onde foi criado o próximo primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, mostrando que lá a situação é das mais difíceis. Todos sabem que Akita fica próxima de Fukushima, onde uma usina atômica contaminou a região e atualmente restam poucos idosos, pois os demais migraram para outras regiões do Japão.

Muitas lojas da região de Akira encerraram suas atividades, onde restam poucos idosos, pois os mais jovens migraram para outras regiões do Japão

Quando uma região passa por um processo de redução da população, como também acontece em algumas localidades brasileiras, onde a mobilidade regional é muito intensa, restando somente os idosos, uma ação de recuperação econômica é muito difícil. Akita era uma região próspera, contando com um cão cuja raça se tornou famosa no mundo e os recursos naturais, com um inverno rigoroso, que atraiam muitos turistas. Hoje, eles preferem outras regiões, havendo naturalmente um preconceito sobre os efeitos da radiação, inclusive nos produtos agrícolas da região, ainda que ela esteja controlada.

Num outro caso brasileiro, ainda que o presidente Jair Bolsonaro pretendesse aplicar recursos para ajudar as igrejas evangélicas que fazem parte importante de sua base de apoio, ele teve que vetar as facilidades fiscais dos recursos gerados pelas vendas de produtos. O ministro da Economia, Paulo Guedes propôs que o assunto fosse vetado pelo presidente visando manter o déficit fiscal sob controle, que continua afirmando que a bancada evangélica possa derrubar este veto. Tudo indica que haveria um acordo para evitar o desgaste eleitoral do presidente e seu grupo de apoio, o que ainda não se tornou claro, como em muitas questões semelhantes.

Se houvesse um mínimo de planejamento governamental no Brasil, estas situações desconfortáveis ficariam mais claras, pois, além dos objetivos perseguidos, haveria alternativas para as formas de uso dos instrumentos de política econômica, além das estratégias diferentes para atingir os mesmos objetivos. De qualquer forma, quando os objetivos eleitorais ganham importância, do qual faz parte as opiniões expressas pelas pesquisas, o quadro tende a se tornar de maior complexidade. As incertezas que perduram acabam reduzindo as eficiências desejadas das ações governamentais.

Ainda no caso brasileiro, parece conveniente que se considere que o prazo até as próximas eleições governamentais é longo, podendo ocorrer muitas mudanças significativas num quadro de muitas incertezas, principalmente com muitas mudanças que continuam se observando na equipe governamental.



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