Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Sequenciamento Genético de Brasileiros

23 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Um artigo publicado no Estadão, elaborado por Fabiana Cambricoli, informa que pesquisadores da Universidade de São Paulo encontraram entre 1.171 idosos brasileiros, que já vêm sendo estudados há tempos, dois milhões de novas variantes do chamado sequenciamento genético, indicando uma miscigenação racial acima do esperado, quando comparados às populações de outros países. A explicação foi dada pela geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco – CEGH – CEL da USP.

Se de um lado isto permite o diagnóstico de doenças e medicamentos recomendados, de outro isto sugere que se criou a base da criatividade dos brasileiros, que se manifesta, por exemplo, na música que se destacou em todo o mundo. Como as pesquisas foram feitas pelos interessados em medicina, sugerem que os medicamentos ajustados ao genoma destes brasileiros podem proporcionar resultados mais expressivos. Mas, para efeito cultural, há possibilidades de maior criatividade com esta miscigenação. Os atuais meios eletrônicos, com clip_image002[1]computadores nas nuvens, permitem muitos tipos de pesquisas em variados campos do conhecimento humano utilizando estes dados e outros semelhantes.

Foto constante do artigo publicado no site do Estadão de uma pesquisa que já vem sendo feita há anos, que merece ser lido na sua íntegra

Para um leigo, estranhava-se porque grupos de pesquisadores de diversos países cogitavam trabalhar em conjunto com os brasileiros nas pesquisas relacionadas com o coronavírus. Além de contar com tradicionais institutos de pesquisas, como o Instituto Butantã e a Fiocruz, com longos trabalhos na produção de vacinas, havia uma população com diferentes origens raciais, miscigenados, como seria raro em outros países. Parece evidente que potenciais vacinas seriam usadas no mundo todo com a atual pandemia. Em setores que não sejam da medicina, também as pesquisas efetuadas no Brasil teriam a vantagem de proporcionar conhecimentos que poderiam ser válidos em outras localidades.

Especialistas no assunto, como Michel Naslavsky, professor do Instituto de Biociência da USP, ficaram impressionados com os dois milhões de novas variantes genéticas quando já se contavam 700 milhões nos bancos de dados genômicos tradicionais no mundo. Estas pesquisas são custosas e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP é uma apoiadora do projeto.

O Brasil é um país que, além de contar com pesquisadores habilitados, também possui uma população em condições de fornecer dados relevantes a este tipo de pesquisa e com as novas tecnologias e os poderosos computadores, que armazenam volumosas informações nas nuvens, existem muitos dados aproveitáveis em pesquisas deste tipo, que não se concentram somente na medicina.



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