Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Para os que Conhecem o Japão Superficialmente

28 de outubro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Um artigo interessante de Luke Mahoney foi publicado no Japan Today, ele que começou a viver como expatriado no Japão, onde alguns costumes são bem diferentes dos usados em outros países, notadamente do Ocidente. Alguns já são conhecidos no exterior, mas existem muitos detalhes que podem reduzir as gafes na vida cotidiana entre os japoneses. Acrescento algumas experiências pessoais. Normalmente, as residências japonesas são de pequena dimensão comparada com as de outros países, o que exige alguns cuidados como deixar os calçados em lugares adequados, pois muitas contam com os chamados “tatamis” sobre os quais se deve caminhar sem os sujar. Todos os espaços são bem aproveitados, prevendo-se onde devem ficar muitos objetos, como em armários que existem atrás das poucas portas, usualmente que deslizam lateralmente.

O autor do artigo refere-se a sua participação numa cerimônia do chá e, como era o único estrangeiro, ele ocupou o lugar de honra, e tudo transcorria segundo seus desejos. O normal é clip_image002que o chá seja servido parcimoniosamente dentro de um rito, mas por cortesia foi lhe perguntado se desejava repetir, com o que ele concordou por mais duas vezes. Terminada a operação, ele foi advertido por um amigo que isto costumava custar um alto valor e não era usual.

Cerimônia do chá no Japão que obedece a um rigoroso rito

Quando num transporte público, como no metrô, os japoneses estão sempre lendo um jornal ou livro, pois encarar outro passageiro é considerado uma invasão da privacidade dos outros. Não é adequado que se converse com em voz alta, mesmo quando se esteja usando os celulares, pois os incômodos causados aos outros são condenáveis. Ninguém no Japão come quando está andando, pois lançar o lixo na rua é um ato inconveniente, o mesmo acontecendo com a ponta do cigarro.

Os japoneses usam o palito chamado “hashi” para se servirem nas refeições. Mas eles não devem ficar espetados, como no arroz, pois isto só é feito quando eles são servidos para os mortos. O autor do artigo faz mais algumas outras recomendações úteis.

Quando se conhece uma nova pessoa é conveniente que haja uma troca de cartões de visitas, e quando eles são recebidos devem ser feitos com respeito. Evita-se o contato físico e é conveniente que se baixe a cabeça para os novos conhecidos, notadamente mais do que pessoas mais hierarquizadas. Não se assoa o nariz em público.

No Japão, não se costuma dar gorjetas, pois os serviços estão incluídos nos serviços, tanto dos táxis como dos ajudantes dos hotéis. Muitas despesas são pagas em dinheiro e nem sempre se usa os cartões de crédito ou débito, o que vem sendo modificado, principalmente com os turistas estrangeiros.

No trânsito, os sinais devem ser obedecidos, mesmo que os veículos estejam parados. Quando atravessei uma rua movimentada, com sinal fechado, fui advertido por um guarda, mesmo com os automóveis congestionados.

Os brasileiros, principalmente, costumam ser mais informais, mas mesmo os jovens japoneses foram educados e muitas de suas cortesias fazem parte da sua cultura, o que evidentemente acaba sendo mais rigoroso com os idosos, ainda que já estejam aposentados. São de todas as conveniências que se conheçam previamente os currículos das pessoas, pois o Japão é uma sociedade marcantemente hierarquizada, e o passado tem até mais importância que o presente.



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