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Limitações Para os Jornalistas Diagnosticarem Situações

30 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , , ,

Um canal de televisão no Brasil expressou a opinião que o PT – Partido dos Trabalhadores estivesse numa situação precária, pois no segundo turno das eleições de prefeitos este partido não obteve vitória em nenhuma capital, mas somente em municípios relevantes na periferia das grandes metrópoles como São Paulo. O que pode ser questionado é se tais clip_image002partidos existem no Brasil atual? Fica-se com a impressão que existem somente aglomerados de candidatos que nem têm programas comuns.

Todos estes políticos seriam realmente do PSDB? Foto constante do artigo no site da Folha de S.Paulo, depois da vitória em segundo turno, que vale a pena ser lido na sua íntegra

Não somente o PSDB, mas os chamados partidos políticos no Brasil reúnem candidatos temporários, sendo difícil afirmar que constituem realmente uma legenda na sua verdadeira acepção da palavra. Quando vence o segundo turno das eleições de prefeitos, seus membros podem aparentar objetivos comuns, mas quando são contrariados nos seus interesses pessoais, é bastante comum mudarem de organizações. Nos muitos partidos existentes no país, fica até difícil distinguir suas diferenças.

Também muitos membros dos chamados partidos de oposição podem ser atraídos pelos que estão no poder, engrossando suas fileiras. São frequentes as notícias de políticos que mudaram de partido, de acordo com a conveniência do momento. Apesar de raros, existem os que são fiéis às suas ideologias.

As análises feitas pelos jornalistas especializados em política nem sempre conseguem aumentar os custos políticos daqueles que mudam de legenda com frequência. Os eleitores também não são muito fiéis nas opções partidárias, como em alguns países tradicionalmente democráticos, cada vez mais raros.

No Brasil, no momento, os efeitos das eleições dos prefeitos e vereadores podem ser importantes, mas os políticos já começam a examinar suas melhores opções para o futuro da sua carreira e as próximas eleições. Também os programas deles acabam sofrendo mudanças, até no topo do governo, deixando os eleitores confusos sobre o que está sendo perseguido, lamentavelmente.

É verdade que o Brasil e o mundo estão passando por uma fase que exigem algumas mudanças de prioridade, inclusive sobre as melhores opções disponíveis para superá-las, mas seria conveniente que o governo discutisse o que poderia fazer.

Há que se considerar também que as votações obtidas no segundo turno refletem, em parte, os que estão contra alguns candidatos, pois os de sua preferência não obtiveram os votos suficientes para passar para a fase seguinte. Estas e outras tendências não permitem que os dados do segundo turno reflitam exatamente o poder real de muitos partidos, ainda que tenham a sua importância.



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