Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A China Pretende Ser a Líder Nos Problemas Climáticos

16 de dezembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Clima, Economia e Política | Tags: , , ,

Um artigo de Mo Jingxi, publicado no site do China Daily, informa que o presidente Xi Jinping deu um forte sinal que o seu país pretende reduzir o lançamento de dióxido de carbono em mais de 65% até 2030. Também anunciou a participação de combustíveis não fósseis no consumo para cerca de 25%, aumento do seu estoque florestal em 6 bilhões de metros cúbicos, e elevará sua capacidade instalada de energia eólica e solar para mais de 1,2 bilhão de quilowatts, tudo com medidas multilaterais concretas. Mudanças administrativas estão sendo promovidas para que tudo não fique somente no discurso, mas quem são os encarregados das execuções. Na atual reunião em Paris, da Cúpula da Ambição do Clima, os países europeus concordaram com a redução de 55%, podendo chegar a 60% nos próximos clip_image002dez anos, e as medidas chinesas devem ajudar a induzir medidas mais ousadas e concretas.

O presidente Xi Jinping fala pelo vídeo na atual reunião de Paris, dando um forte sinal que a China pode chegar a uma redução de 65% até 2030 no lançamento do dióxido de carbono, meta bem acima dos países europeus

É verdade que a China era um dos países mais poluidores no mundo nas últimas décadas. Mas uma redução de 65% até 2030 supera em muito a meta que os países europeus decidiram que seria de 55%, podendo eventualmente chegar a 60%. Nota-se uma clara intenção da China tornar-se a líder mundial neste processo de vital importância para o mundo, com a ideia de um mundo verde. Isto é relevante, pois países poluidores, como os Estados Unidos e a Rússia, bem como o Brasil, não estão envolvidos nos entendimentos do Clube de Paris. O presidente eleito Joe Biden está expressando sua intenção de voltar a fazer parte deste acordo que não vinha registrando avanços significativos nos seus detalhes.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, nem foi convidado para falar, mesmo virtualmente, nesta reunião de Paris, criando um evidente constrangimento para o Itamaraty, que está tentando contornar. O Brasil não vem se empenhando para reduzir os incêndios e desmatamentos das florestas, que são importantes para o mundo.

Para não ficar no mero discurso, a China está efetuando reformas administrativas para definir quem seriam os executores de diversas partes do seu programa. Procurará envolvimentos multinacionais visando que outros países participem do mesmo programa. Não se trata somente de medidas visando a melhoria do clima, mas promover simultaneamente o desenvolvimento econômico e social para um mundo mais verde.

Além dos executivos da administração governamental, também estão sendo envolvidos acadêmicos de universidades, como Tsinghua, visando melhorias tecnológicas. Com a determinação do governo, tudo indica que a China poderá ajudar outros países a também colaborarem no mesmo sentido.

O que se espera é que o Brasil não fique isolado deste esforço internacional por razões ideológicas e políticas, pois tem todas as condições naturais para voltar a ser relevante no mundo nestas questões, de forma bastante pragmática.



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