Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Naomi Osaka é a Atleta Feminina do Ano

29 de dezembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Esporte | Tags: , , , ,

Naomi Osaka foi considerada pela Associated Press como a atleta do ano, não somente por ter vencido a US Open, como engajada publicamente na campanha contra a discriminação racial. Ela, que é filha de mãe japonesa e pai jamaicano, correu riscos por expressar contra a discriminação racial, usando sempre uma máscara onde estavam os nomes das vitimas clip_image002negras de policiais norte-americanos. Foi reconhecida por Bilie Jean King, 12 vezes campeã do Grand Slam, não somente como atleta, mas quem se empenha em mudar a sociedade.

Foto da Associated Press, quando Naomi Osaka venceu o US Open, constante do artigo publicado no site do jornal japonês Asahi Shimbun, que vale a pena ser lido na sua íntegra

Há que se compreender que existem dois tipos de riscos que ela correu com seus gestos. Existem pessoas que imaginam que não se deve misturar esporte com questões políticas e entre os patrocinadores, que são. na sua maioria, empresas japonesas. Também existem muitas que suas manifestações poderiam afetar os consumidores dos seus produtos. No entanto, ela correu o risco, pois acima de tudo ela é uma cidadã, que não concorda com a discriminação dos negros, principalmente por parte de policiais. Hoje, isto virou quase natural, havendo muitos atletas de diversas modalidades que expressam publicamente suas opiniões.

Neste levantamento efetuado pela Associeted Press, ela obteve 18 dos 35 votos para o primeiro lugar para as atletas de 2020, do total de 71 votantes. Aléem de atleta de destaque, ela é acima de tudo cidadã japonesa, onde nem todos da população possuem posições claras contra a discriminação racial. Ela assumiu seus riscos e ganhou.

Tenho a impressão pessoal que a condenação da discriminação racial está cada vez mais clara nos Estados Unidos, sendo que no Japão, onde a população mora num arquipélago, com um mínimo de miscigenações de diferentes raças, ela correu conscientemente mais riscos, principalmente com seus principais patrocinadores. Há que se entender que muitos japoneses nem a consideram iguais a eles, no mínimo explicitamente, o que vem se alterando com o tempo, mas lentamente.

Esta situação se acentua, pois ela vive mais nos Estados Unidos e fala precariamente o idioma japonês. Em muitos esportes, conta-se com auxiliares, como preparadores técnicos, que moram naquele país, não somente de japoneses, como também brasileiros em algumas modalidades esportivas.

Mas, acima de tudo, eles são cidadãos e, se pensam na humanidade, não existem razões que justifiquem discriminações raciais, que se tornou um problema importante no mundo atual.



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