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Acervo do Prêmio Nobel Kenzaburo Oe

14 de fevereiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Um artigo de grande interesse cultural foi publicado no Yomiuri Shimbun tratando da doação do acervo do Prêmio Nobel de Literatura Kenzaburo Oe para a Faculdade de Letras da Universidade de Tóquio.

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Cortesia da Faculdade de Letras da Universidade de Tóquio, uma página manuscrita de “Dojidai Gemu” (Jogos Contemporâneos,) de Kenzaburo Oe

O romancista e ganhador do Prêmio Nobel Kenzaburo Oe, 86, confiou mais de 10.000 páginas de seus manuscritos à Faculdade de Letras da Universidade de Tóquio, sua alma mater, disse a universidade nesta última sexta-feira. Os materiais confiados incluem cerca de 50 itens. Entre eles está o manuscrito de “Shisha no Ogori” (Prósperos São os Mortos), seu famoso romance escrito quando ele era estudante da universidade.

Todos sabem que Oe é o escritor japonês que mais faz sucesso no Japão e no exterior, inclusive no Brasil, onde se editou algumas de suas obras traduzidas para o português. Vendo o rascunho do seu trabalho que está acima, observam-se as mudanças que foram feitas até se chegar ao texto final numa tarefa intensa.

O corpo docente da Universidade de Tóquio está planejando estabelecer o que está sendo provisoriamente chamado de Biblioteca Kenzaburo Oe e torná-la uma base de estudo para a literatura japonesa moderna, com as obras de Oe em seu centro. Oe entrou na universidade em 1954 e formou-se em literatura francesa. Um romance que ele escreveu para o jornal da universidade foi aclamado, e "Shisha no Ogori" foi selecionado para o Prêmio Akutagawa, em 1958, famoso no Japão. clip_image004Seus manuscritos e outros materiais de origem estão sendo confiados a uma instituição pública pela primeira vez, seguindo a intenção de Oe e outros fatores relevantes em consideração.

Kenzaburo Oe, um dos mais famosos escritores japoneses, conhecido em todo o mundo, inclusive no Brasil

É interessante que muitos intelectuais japoneses, desde o final do século XIX, tanto escritores como pintores, consideravam Paris a capital do mundo do ponto de vista cultural, mais importante que outras cidades como Londres ou Nova Iorque, e muitos dominavam o idioma francês, inclusive Kenzaburo Oe. O que também acontecia com muitos brasileiros.



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