Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Possível Ainda que não Seja o Desejável

17 de fevereiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Com todos os problemas atuais que estão sendo enfrentados pelo Brasil e muitos outros países no mundo, na garimpagem de notícias positivas, constata-se que ocorre o que é possível, ainda que não seja exatamente o desejável. Um artigo elaborado por Arthur Cagliari e publicado na Folha de S.Paulo informa que o intercâmbio do Brasil com a Ásia vem aumentando nos últimos anos. Mas as exportações brasileiras são basicamente de matérias primárias, como os minérios e produtos agropecuários com pouco valor agregado, enquanto as importações são principalmente de produtos industriais que incorporam novas tecnologias, como os componentes eletrônicos, inclusive em telecomunicação. Numa outra matéria de Ana Estrela de Sousa Pinto publicada no mesmo jornal informa-se que a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweda assumiu a direção geral da OMC – Organização Mundial de Comércio, ela que já atua nos Estados Unidos, possuindo doutorados em Harvard e MIT, depois de ter ocupado cargos ministeriais no seu país.

Ambos os casos indicam que países em desenvolvimento, fora da Ásia, não se beneficiam quanto seria desejável, mesmo que ajudem nas suas melhorias. É verdade que mesmo países desenvolvidos, como os Estados Unidos e europeus, também não conseguem tirar todo o proveito dos seus recursos humanos, muitos que receberam treinamentos no exterior. Ainda assim, é melhor do que nada.

As pesquisas que melhoram as suas tecnologias são atualmente mais voltadas aos produtos industriais ou serviços, mesmo que algumas melhorias também venham ocorrendo nas produções agropecuárias, produção de minérios e alguns produtos como a celulose, cujas demandas mundiais continuam em crescimento. Também as exportações destes produtos exigem aperfeiçoamentos em todos os serviços para que eles cheguem aos portos, visando as exportações, exigindo sistemas complexos de muitos serviços.

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O gráfico mostra o crescimento do intercâmbio do Brasil com a Ásia

Na Ásia, além da China e da Índia que contam com mercados locais importantes, também está se conseguindo avanços tecnológicos, como estão sendo observados na produção de produtos voltados à saúde, que estão abastecendo grande número de países no mundo. Isto não acontece só recentemente. Em 1985, quando a China tinha poucos produtos para exportar, as aspirinas que eram distribuídas pelos suíços para o mundo eram todos fabricados na China. Nas últimas décadas, os chamados medicamentos genéricos são produzidos na Índia, que não pagam direitos sobre muitos medicamentos que foram fabricados originalmente em outros países.

Tudo isto parece indicar que os governos que possuem estratégias claras para seus desenvolvimentos estão conseguindo resultados que não se observam em outros países, como o Brasil, que conta com todas as condições favoráveis, inclusive com a preservação do meio ambiente.



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