Melhoria dos Salários das Mulheres Competentes

7 de março de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: Artigo de Érica Fraga publicada na Folha de S.Paulo, casos no Brasil, dificuldades culturais no Japão, discussão provocada pela economista norte-americana Claudia Goldin

Um artigo de Érica Fraga sobre a melhoria da remuneração das mulheres competentes no Brasil, publicado na Folha de S.Paulo, chama a atenção dos leitores. O assunto foi provocado pela economista norte-americana Claudia Goldin, que o colocou em pauta no mundo. No Japão, as tradições culturais parecem provocar uma melhoria mais lenta.

Comparando os dados brasileiros de 2010 e 2019, para os homens e mulheres, chegou-se que elas, com curso superior, em algumas modalidades conseguiram mais melhorias do que os homens e muitas pessoas admitem que elas sejam mais dedicadas, empenhando-se mais nos estudos. No Japão, parece haver uma tendência cultural que elas se dediquem mais aos afazeres domésticos e aos filhos, ainda que existam honrosas exceções.

As mulheres são maiorias nas universidades brasileiras e suas remunerações estão melhorando

Todos sabem que as mulheres são mais numerosas no mundo e nas universidades brasileiras elas estão aumentando, mas nem todas recebem remunerações condizentes, ainda que estejam melhorando. Existem destaques onde recebem mais que os homens, mas muitas precisam adiar suas gestações, pois estas interrupções temporárias costumam prejudicar suas carreiras. Muitas acabam tendo jornadas múltiplas, pois precisam cuidar de suas residências e dos seus filhos, sem que todos os homens tenham o hábito de as ajudarem nestas tarefas.

No Japão, culturalmente, as mulheres contam com tarefas domésticas e quando possuem empregos nas empresas acabam se desligando quando engravidam. Entre os homens, ainda são exceções, mesmo entre os mais jovens, cuidar dos afazeres domésticos ou ajudar na criação dos filhos. Ainda predomina a cultura que eles precisam proporcionar os recursos para a família, mas não ficam com os encargos de tarefas domésticas.

No Brasil, tudo indica que este processo de distribuição das tarefas do casal está se acelerando, quando as mulheres contam com as qualificações competitivas no mercado e nas empresas. Isto é mais lento no Japão, parecendo haver obstáculos culturais que precisam ser superados.

Em todos os casos, a leitura do artigo publicado na Folha de S.Paulo parece estimular estas discussões, ainda que não envolvam controvérsias mais profundas.