Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Possíveis Problemas do Governo com a Vale

10 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: , ,

Muitos jornais noticiaram estes problemas entre o governo e a Vale, mas a Folha de S.Paulo dedicou uma página para tratar do assunto com ênfase, utilizando fotos e gráficos. O DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão do Ministério de Minas e Energia cobra da Vale uma dívida de R$ 3,9 bilhões relacionados com as diferenças de cálculos dos royalties, que no Brasil é chamado de CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, sobre as extrações feitas no Estado do Pará e em Minas Gerais.

A Vale era uma empresa estatal que foi privatizada, mas conta com importantes participações de órgãos vinculados ao governo, como fundos de pensões, além de financiamentos de entidades oficiais. O seu atual presidente, Roger Agnelli, foi indicado pelo Bradesco, um dos seus principais acionistas. Já se noticiou que ele seria substituído, pois o governo entende que os minérios brasileiros devem ser processados mais no país, adicionando valor, o que está sendo programado para o futuro com a instalação de usinas siderurgias comandadas pela Vale.

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Os Efeitos dos Problemas Árabes na Ásia

18 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Política | Tags:

Os problemas dos árabes, que começaram na Tunísia e acabaram provocando conseqüências mais sérias no Egito, ainda estão se espalhando por outros países. Países asiáticos que contam com regimes autoritários, que podem sofrer problemas semelhantes, estão em situações variadas. Os mais despóticos estão no Myanmar e na Coreia do Norte, e eles se sentem imunes aos poderes populares, segundo o The Economist. Mesmo na China, mais confiante, variam nas memórias das pessoas os acontecimentos de Cairo, esperando-se que elas sejam mais suaves.

Na Ásia Central, mais próxima do ponto de vista geográfico, com culturas e religiões similares do Oriente Médio, as ressonâncias podem ser mais ouvidas. Os acontecimentos recentes estão na memória de todos. A China veio dando maior prioridade ao desenvolvimento econômico do que à liberdade. Mas mesmo os analistas ocidentais concedem que os chineses estejam beneficiando de alguma forma suas populações, ainda que de forma diferente da desejada pelos ocidentais. Mas as lembranças dos massacres de 1989 no Tiananmen continuam presentes.

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População foi às ruas para derrubar o ditador Hosni Mubarak, no Egito

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Discutindo a Carreira de Xi Jinping

18 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Política | Tags: , , ,

Um artigo um tanto irônico publicado por Edward Wong no The New York Times fornece alguns detalhes sobre parte da carreira de Xi Jinping, que caminha para ocupar a presidência da China, sucedendo a Hu Jintao. O passado destes atuais líderes chineses está sendo vasculhado pelos jornalistas na procura de algumas diferenças com a versão oficial. A matéria relata, com muita cautela, algumas nuances diferentes das constantes do livro de 2003 de Xi Jinping sobre a sua experiência do período de trabalho no campo na época da Revolução Cultura, que ele considerou vital para a sua formação com os agricultores. São relatadas as atuais dificuldades dos habitantes de Liangjiahe, na região central da China, para onde Xi Jinping foi deslocado no passado, por ser um filho de um herói local e alto dirigente chinês que caiu em desgraça naquela época.

De outro lado, a Reuters divulga um relato mais favorável a Xi Jinping, escrito por Paul Eckett, mais cuidadoso, baseado em muitos documentos recentes ainda não divulgados no WikiLeaks, com uma descrição mais simpática de sua carreira, destacando os relacionamentos com os Estados Unidos, seus pensamentos expressos a alguns diplomatas, com enfoque também para os seus parentes que vivem no exterior.

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Corrida Armamentista na Ásia

14 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Política | Tags: , ,

wsj_logo Numa primeira cobertura de uma série envolvendo seus jornalistas Amol Sharma, de Nova Delhi, Jeremy Page, de Beijing, James Hookway, de Hanoi, e Rachel Pannett, de Camberra, o influente The Wall Street Journal relata a atual corrida armamentista que está ocorrendo na Ásia, com vizinhos reagindo às ações chinesas, com fartas ilustrações fotográficas. Informam que os indianos estão em plena produção de equipamentos militares acrescentando navios à sua marinha, inclusive submarinos. Um parlamentar indiano do partido situacionista, Ashwani Kumar, informa que a Índia não ficará aguardando para tomar medidas efetivas para salvaguarda de sua integridade territorial e seus interesses nacionais.

Da Arábia ao Oceano Pacífico, o aumento da importância econômica e militar da China e da região, e a consciência que os Estados Unidos parecem cada vez com menos dispostos a interferir na área, está provocando uma corrida armamentista. O Japão decidiu em dezembro último comprar navios, submarinos e aeronaves. Coreia e Vietnã estão ampliando o número de submarinos. A Malásia está aumentando a importação de armamentos. A Austrália planeja aumentar em US$ 279 bilhões os gastos com mesmos tipos de equipamentos nos próximos anos. No conjunto, os investimentos são os mais expressivos deste a época da Guerra Fria.

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Aspectos Asiáticos Que Chamam a Nossa Atenção

10 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: , ,

É mais que natural que nossas atenções sejam voltadas ao rápido crescimento da economia chinesa bem como o aumento de sua presença mundial nas últimas décadas. Mas, para uma avaliação equilibrada, é preciso levar também em consideração os problemas que enfrenta e procura suavizar as reações que provocam no exterior. Os chineses já são tão importantes que incomodam a todos, principalmente aos seus vizinhos. Num artigo publicado no Financial Times, seu vice-premiê Li Keqiang procura enfatizar que o crescimento chinês está ajudando a economia mundial, bem como seus vizinhos.

Ao mesmo tempo, no China Daily, Mu Guangzong chama a atenção para o problema das necessidades emocionais e espirituais da grande massa de populações da terceira idade daquele país. Os acima de 60 anos já superam 160 milhões de habitantes, e somente os estão empregados nas empresas estatais contam com assistências sociais adequadas.

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Vice-premiê chinês Li Keqiang

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Reconhecimento dos Limites do Desenvolvimento Chinês

7 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: ,

Num artigo publicado por Frank Ching jornalista de Hong Kong, publicado no The Japan Times procura identificar alguns sinais que mostrariam que os chineses estão, aos poucos, mudando suas atitudes que poderiam ser consideradas arrogantes com o seu desenvolvimento surpreendente nas três últimas décadas. Deve se reconhecer que a China ainda não atingiu a importância econômica dos Estados Unidos nem o seu poder militar, segundo o autor. O premiê Hu Jintao está programado para visitar os Estados Unidos neste mês.

O diretor geral do departamento de Planejamento Político do Ministério do Exterior da China, Le Yucheng, reconheceu que “a China está muito atrás de muitos países desenvolvidos, quanto mais dos Estados Unidos”. O País do Meio chegou ao segundo PIB, mas ainda em termos per capita está no centésimo lugar, com 150 milhões de chineses vivendo na pobreza, segundo os padrões da ONU. A China não possui ainda porta-aviões. “Assim, nós precisamos ter um claro entendimento de nossa posição”.

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Premiê chinês Hu Jintao

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The Economist Escreve Sobre a Dilma Rousseff

4 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: , ,

409px-Dilma_Rousseff_possession Na composição do ministério de Dilma Rousseff, The Economist vê que ela conseguiu um trabalho razoável, atendendo as demandas do seu partido e da coligação que a apoia. Atendeu as necessidades de equilíbrio regional, ideológico com cerca de um terço de mulheres como ela queria. Fazendo Antonio Palocci como o chefe de sua equipe, mostrou a sua autoconfiança. Muitos não acreditavam que ela colocaria uma figura importante numa posição chave. Colocando Alexandre Tombini no Banco Central, mostrou aos investidores que manterá uma economia ortodoxa. Dá continuidade a Lula da Silva, mas com sua marca pessoal.

Ela gerenciará no sentido da eliminação da pobreza extrema, melhorando a qualidade de vida, da saúde e da educação, mantendo a estabilidade econômica e a inflação baixa.

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O Mundo em 2011 na Visão do The Economist

3 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: , ,

The Economist é uma das revistas inglesas mais conceituadas no mundo, e ela costuma publicar anualmente um balanço global sobre todos os continentes, os principais problemas existentes, avanços científicos, bem como as tendências que entendem do que ocorrerá nas próximas décadas. Uma versão em português foi licenciada para Carta Capital e merece a atenção de todos, mesmo que alguns analistas entendam que existe uma natural tendência liberal e democrática desta revista, que reflete muito a posição da London School of Economics, de cuja organização faz parte.

No seu conjunto, esta publicação dá a impressão que ela reflete os problemas que existem nas economias industrializadas, enquanto os emergentes ganham uma projeção acentuada, principalmente com a Índia com possibilidade de registrar um crescimento econômico superior ao da China em 2011, tendência que poderá persistir nas próximas décadas. Nota-se um mínimo de matéria relacionada ao Japão e nenhuma ao Brasil, ainda que algumas referências sejam feitas em diversos artigos.

Carta Capital The Economist

Esta não é a única análise no mundo que destaca esta possibilidade hindu, pois a sua estrutura demográfica é mais jovem e acaba influenciando fortemente as questões de desenvolvimento a longo prazo. Evidentemente, existe uma crença que o regime hindu já tem uma longa tradição democrática, com uma forte herança da Grã-Bretanha, por ter sido uma de suas colônias, o que favorece o seu desenvolvimento, segundo os ingleses.

Apontam que existem problemas de finanças públicas, pois os diversos países fizeram substanciais esforços para saírem da recessão que se iniciou em 2008, ao lado dos encargos de uma população idosa dentro do modelo de democracia social.

Ainda que deixe transparecer as faltas de convergências na posição de muitos países, como nos problemas de desenvolvimento sustentável, bem como outros que afetam as relações entre os países, acaba adotando a posição de confiança no desenvolvimento tecnológico para superar o crescimento demográfico mundial que se aproximará dos sete bilhões de habitantes. O dramático é que mais de 60% deles estarão no continente asiático, fazendo com que o chamado Ocidente torne-se minoritário.

Muitos temas importantes são abordados por especialistas, alguns editores do próprio The Economist, além de muitos outros convidados. Inovam ao colocar a opinião de muitos sobre o que pode acontecer daqui a 25 anos, ao mesmo tempo em que registram algumas possibilidades, ainda que colocados em dúvida pelos próprios responsáveis pela revista.

De qualquer forma, todas estas respeitáveis opiniões, com uma perspectiva de longo prazo, devem ser objeto de atenção de todos os leitores, que certamente meditarão sobre os temas abordados.