Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Comando Centralizado na China

27 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Um interessante artigo publicado ontem, dia 26 de agosto, no jornal econômico japonês Nikkei dá um exemplo da diferença na condução da política econômica chinesa com o que ocorre em outros países similares. Reconhecendo a importância que hoje o People´s Bank of China, o banco central daquele país tem nas finanças internacionais, informa-se no artigo como o seu comportamento é diverso.

Em meados de julho passado, quando a vice-governadora daquele banco central, Hu Xiaolain, publicou cinco ensaios em que ela admitia que o Yuan pudesse sofrer uma valorização excitou todo o mercado mundial, que pensou que se tratava de uma sinalização desta possibilidade. Mas os analistas melhores informados sabiam que os executivos daquele banco não tinham este poder.

Organograma do Banco Central da China Zhou Xiaochuan, governador do Banco Central da China

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Dúvidas Frequentes Sobre a Economia Chinesa

25 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

São frequentes as dúvidas dos analistas de todo o mundo sobre a capacidade chinesa de se manter num elevado ritmo de desenvolvimento, como o dos últimos anos com um pouco de acomodação, quando as principais economias desenvolvidas hoje enfrentam dificuldades para voltar a crescer. Acusam os chineses de manterem o seu câmbio extremamente desvalorizado, causando um desequilíbrio mundial. Mas não se ignora que as autoridades da China procuram estimular o seu mercado interno para sustentar o seu processo de crescimento, e a remuneração dos seus trabalhadores está crescendo, ainda que a desigualdade interna seja marcante. Estes analistas sabem que o fator relevante é o custo da mão-de-obra, que está se elevando naquela economia.

O volume e o ritmo de investimentos chineses em construção de habitações, edifícios e infraestrutura vêm impressionando o mundo. Reclama-se que se promove agora a interiorização forçada do seu desenvolvimento industrial, para reduzir a desigualdade com relação ao litoral, onde se instalaram os investimentos dos grupos estrangeiros, procurando aproveitar o baixo custo da mão-de-obra chinesa para promover a exportação de bens lá fabricados. As autoridades chinesas procuram agora reduzir a necessidade das migrações internas. Seu setor rural vem aumentando a produtividade, tanto para abastecer o seu gigantesco mercado interno como atender as necessidades dos seus vizinhos como as Coreias e o Japão.

Mapa da China

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Contradições da Economia Japonesa

25 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Os dados contraditórios japoneses mostram, em que pesem as dificuldades, que esforços estão sendo efetuados pelas empresas para compensar a extrema valorização do yen. As exportações de julho cresceram 23,5% com relação ao mesmo mês do ano anterior, quando em junho tinha crescido 27,7%. As estimativas para este ano são de crescimento de 22,9%, que não pode ser considerado um resultado ruim. As importações cresceram somente 15,7%, dobrando o superávit comercial. As exportações estão sendo beneficiadas pelo elevado crescimento da China e da Ásia como um todo.

Mas o Japão sofre um problema de deflação, ou seja, os preços estão caindo por falta de uma demanda interna. Com isto o índice Nikkei, o principal da Bolsa de Tóquio, está abaixo de 9.000 pontos, provocando constantes editoriais irados do principal jornal econômico japonês, que tem o mesmo nome do índice. O diário reclama da inércia governamental, que provoca uma extrema valorização do câmbio, quando comparado com o dólar e o euro, a mais alta nos últimos 15 anos.

O editorial lista uma série de medidas que podem ser tomadas, como a maior flexibilização do crédito pelo Bank of Japan, o Banco Central japonês, um dispêndio maior do Tesouro, em que pese o elevado endividamento público japonês. Uma desregulamentação maior da economia é proposta. Até uma redução tributária é cogitada, alegando que as autoridades ficam sem ação diante das desvalorizações do dólar e do euro.

Haverá uma eleição da presidência do partido no governo, o DPJ – Partido Democrático do Japão, no próximo dia 14 de setembro, e não se sabe se o premiê continuará o mesmo, pois está com um prestígio baixo. Não aparece nenhuma figura capaz de liderar a sociedade japonesa.

Na realidade, a média da população japonesa é extremamente conservadora e seus dispêndios em crises como a atual mantêm-se modestos, mesmo com os apelos das autoridades para maiores consumos, como o que foi conseguido por Lula da Silva no Brasil.

O Japão deixou de ser a segunda economia do mundo, perdendo recentemente a posição para a China. Apesar do elevado nível educacional de sua população, continua trabalhando coletivamente, sem nenhum destaque individual, quer empresarial como político. Já se encontra estagnada há mais de duas décadas, em que pesem as medidas de estímulo para aumento dos dispêndios em construção civil como ações de preservação do meio ambiente.

Esboçam-se esforços isolados, mas mostra-se incapaz de retomar o desenvolvimento como o que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, período que ficou conhecido como “milagre japonês” que serviu para estimular os demais “tigres asiáticos”.

Tudo isto parece demonstrar que o processo de desenvolvimento depende de um complexo de fatores que provocam uma mobilização como a que se observa recentemente na Coreia e na China, seguida também por outras sociedades emergentes, que não dependem somente dos instrumentos de política econômica.


Vitalidade da Economia Coreana

24 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Quando a maioria das economias no mundo passa por períodos de dificuldades, a coreana prova o seu vigor, mostrando que no trimestre que terminou em junho último suas empresas tiveram um crescimento dos seus lucros de 47% com relação ao mesmo período do ano passado. Isto ocorreu tanto pelo crescimento de suas exportações como pela ampliação do consumo do seu mercado interno, segundo artigo publicado pelo jornal econômico Nikkei. Mas com a desaceleração das economias norte-americana e chinesa, o futuro mostra-se pouco claro.

As 565 empresas listadas na Bolsa Coreana tiveram um lucro de US$ 14 bilhões no ano fiscal que terminou em dezembro último, de forma agregada, com um crescimento das vendas de 17% anuais, de forma não consolidada. A maioria das empresas opera no mercado internacional.

Rua comercial de Myondon, em Seul.

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Detalhes da Enxurrada de Turistas Chineses no Japão

24 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

As medidas tomadas pelas autoridades japonesas, como a dispensa dos vistos para os turistas chineses e os pacotes oferecidos pelas agências de turismo, provocam uma enxurrada de viajantes provenientes da China ao Japão, com suas variadas características. Provocam uma impressionante integração entre os dois países, com um significativo impacto sobre a economia japonesa. Os consumidores japoneses se mantêm conservadores, apesar de todas as medidas de estímulo oficial, e a demanda dos turistas chineses é bem-vinda para eles.

Os de maiores níveis de renda compram bens de luxo como relógios e aparelhos eletrônicos japoneses que gozam da imagem de apresentarem elevada qualidade. Os mais modestos, segundo notícias do jornal econômico japonês Nikkei, preferem cosméticos e roupas, portando listas que são até atendidas nas lojas de conveniência. Até as cadeias destes estabelecimentos procuram se equipar para atender as demandas destes turistas chineses.

Cupons O Restaurante Watami oferece menus escritos em chinês em sua rede

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Lori Matsukawa, a Voz Nikkey de Seattle, Washington

23 de agosto de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , , | 2 Comentários »

Lori Matsukawa Por iniciativa do escritório da Fundação Japão de Nova Iorque, a jornalista nipo-americana Lori Matsukawa está visitando o Brasil, ministrando palestras em várias cidades. Falando sobre o tema “O papel da mídia no convívio multicultural”, Ms. Matsukawa aborda o racismo, direitos civis e a questão da identidade da comunidade asiática na América do Norte. Na cidade de São Paulo, a palestra, seguida de debate, teve mediação do professor Sedi Hirano (pró-reitor de Cultura, USP), e participação dos professores Adriana C. de Oliveira (Univ. Federal do ABC) e Eugênio Bucci (ECA / IEA, USP) e do jornalista Jorge J. Okubaro (editorial, jornal “O Estado de S.Paulo”).

Ms. Matsukawa falou brevemente do histórico dos primeiros imigrantes japoneses nos Estados Unidos, de seus pais em Havaí e depois em Seattle. As conversações sobre a imigração começaram em 1860, e a primeira leva de imigrantes aportou em 1880, 18 anos antes da imigração japonesa para o Brasil. A integração dos japoneses dentro da sociedade americana foi profundamente afetada pela II Guerra. Além do mais, segundo a jornalista, a própria cultura americana impelia a um forte grau de racismo, pois exclusão e discriminação por motivos raciais eram fatos perfeitamente legais. Imigrantes não podiam registrar bens imóveis em seus nomes nem obter, até 1952, nacionalidade americana.

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Procurando Sinergias Dentro do Próprio Grupo

23 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

Quando as empresas estavam em rápida expansão econômica, muitas procuraram criar subsidiárias que tinham como objetivo especializar suas equipes em determinadas tarefas, buscando uma eficiência decorrente do foco em negócios específicos. Parece que agora, quando a economia se torna indispensável com a acirrada concorrência, algumas procuram integrar melhor as suas subsidiárias para conseguir sinergias adicionais.

O jornal econômico Nikkei anuncia uma nova orientação do grupo Panasonic, que planeja para 2012 o completo controle de suas subsidiárias Panasonic Eletric e Sanyo, revisando seu modelo de marketing, passando a atuar com um pacote para atender todas as necessidades de uma residência ou de um edifício empresarial, inclusive energia solar. A Panasonic Eletric tem uma experiência atuando com materiais de construção desde 1935, onde as necessidades de cada residência ou edifício tinham suas carências específicas, antes mesmo de ingressarem no setor eletrônico.

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Arte, Liberdade e Censura na Nova China

23 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

A Folha de S.Paulo, no seu suplemento Ilustríssima de domingo, dia 22 de agosto, publicou um interessante artigo de Fabiano Maisonnave com o título “Uma nova China? Arte, liberdade e censura”. Em se tratando de arte, sempre haverá controvérsias, como muito bem colocado no artigo, com algumas manifestações de satisfação pelo início da abertura das autoridades chinesas, como das críticas por que ela não é completa, sendo somente um acontecimento limitado.

Na realidade, no chamado distrito 798 de Beijing, alguns artistas que se manifestam rebeldes com os pontos de vista oficiais obtiveram um pequeno espaço onde podem apresentar seus trabalhos. Obras que seriam chocantes para o grande público chinês, que ainda conta com muitos admiradores das orientações impostas na era Mao, e poucos na Revolução Cultural, são expostas sem oposição aberta das autoridades. Pela descrição do artigo, até obras que ridicularizam Mao são apresentadas, o que em qualquer hipótese significa uma abertura.

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Objetivos Agressivos no Turismo Asiático

22 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: , , , ,

O jornal Japan Times informa que houve uma reunião dos principais responsáveis pelo turismo dos três países do Extremo Oriente, China, Coreia e Japão, em Hangzhou, tendo estabelecido uma meta de 26 milhões de turistas anuais, o dobro da cifra do ano passado, 2009. Quem tem visitado estes países verificam que esta meta é perfeitamente atingível, tanto pelos locais a serem visitados como pelo atual ritmo de crescimento deste turismo, com uma adequada infraestrutura para atender a demanda decorrente.

Os aeroportos do Extremo Oriente, suas companhias de aviação, os transportes complementares ferroviários e rodoviários, as instalações hoteleiras, os serviços para atender a massa de turistas com qualidade, tudo cresce a uma velocidade impressionante. E o nível de renda das populações ansiosas para conhecer as formas de bem viver dos países vizinhos já são suficientes.

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Casamento Amigo da Ecologia no Japão

22 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

Um inusitado esforço começou a ganhar corpo no Japão, como noticia o Japan Today. Jovens casais começam a realizar casamentos que demonstram o seu engajamento com os esforços feitos por um funcionário do Ministério do Meio Ambiente e por uma funcionária da Universidade das Nações Unidas. Convidam os amigos para o seu casamento na forma de e-mail, solicitando esforços dos mesmos para utilizarem o mínimo de papel.

Ela vestiu uma roupa ecológica de fibras naturais durante o casamento e, em vez do tradicional bolo, plantaram uma árvore. Os presentes chamados “hidekimono” que os noivos costumam dar para os convidados eram de sabão ecológico, minimamente embrulhado de forma a evitar danos ecológicos. Em algumas festas, os pratos são servidos nas porções que os convidados irão consumir, para evitar desperdícios, todos preparados com matérias-primas orgânicas.

O casal apresentou um show assinando o compromisso proveniente do Brasil para evitar os gases de carbono nas greenhouses, fizeram uma doação para a campanha e informaram que na festa e na lua de mel deles estão economizando oito toneladas de emissão de poluentes.

Os convidados se mostraram solidários e satisfeitos por estarem colaborando com a campanha. Casamentos similares estão se multiplicando no Japão, dando conta do engajamento dos jovens em programas ecológicos. São notícias alvissareiras que demonstram que estão indo além dos discursos, com demonstrações concretas que existem muitas formas de colaboração para uma vida sustentável neste planeta.