Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Toshiba Considera o Mercado dos Emergentes Importante

5 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

Norio Sasaki 01Numa entrevista concedida pelo presidente da Toshiba, Norio Sasaki, ao jornalista Ikuo Saijo, do jornal Nikkei, apresenta algumas informações de elevado interesse. Confirma-se que o mercado de semicondutores neste ano foi brilhante para seus produtores, pois alguns pequenos e médios concorrentes encerraram suas atividades durante a crise, enquanto a demanda cresceu em função de novos produtos eletrônicos lançados no mercado como “memórias flash para smartphones”. Paralelamente, informa-se que a Copa do Mundo demandou por mais televisores do foram produzidos, por falta de componentes.

Norio Sasaki anuncia que para se atingir uma meta de crescimento de 7 a 8% de vendas anuais nos próximos três anos depende de receitas a serem obtidas nos mercados emergentes, pois os mais industrializados continuam crescendo modestamente. Além dos setores pesados, a Toshiba procura consolidar-se nos mercados tradicionais de equipamentos eletrônicos leves.

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Manchetes que Podem Induzir a Interpretações Erradas

5 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: ,

O jornal O Estado de S.Paulo publica hoje uma interessante matéria da jornalista Paula Pacheco com o título “Na China, Brasil vai além da commodity”, que dá uma ideia promissora. No entanto, verificando o texto e o gráfico anexo, verifica-se que os agregados semimanufaturados e manufaturados, de 2005 a 2010, vem perdendo a sua participação, enquanto os básicos continuaram crescendo.

Todos os esforços devem ser feitos para diversificação das nossas exportações para aquele mercado, que apresenta potencialidades. Mas é preciso reconhecer que os fluxos de exportação devem ser estáveis, não se tratando somente de vendas esporádicas, cujas tentativas ainda não obtiveram o sucesso desejado.

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Vantagens do Multiculturalismo

5 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Uma interessante matéria foi publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo mostrando uma aparente inversão de situações entre o Brasil e a Alemanha, com o título “Alemanha, a sensação multicultural”, elaborado pelo jornalista Wilson Baldini Jr., referindo-se a Copa do Mundo. Fomos sempre reconhecidos com um país onde chegaram imigrantes de variadas etnias, e a miscigenação provocou uma criatividade dos nossos jogadores, principalmente de origem africana.

Cacau Metade da seleção alemã inclui jogadores de outras origens, inclusive um brasileiro naturalizado alemão, de nome Cacau. Além de um espanhol, três poloneses, três turcos, um nigeriano e um de Gana, naturalizados ou de lá nascidos, segundo a matéria.

Jovens, com grande vigor físico e elevada velocidade. Os analistas especializados que imaginam que eles não são criativos estão sendo driblados pelos alemães, uns dos mais cotados para vencer a Copa. E o seu jovem técnico empenha-se em inovações, com muitas jogadas ensaiadas, mostrando que se empenharam no preparo de uma equipe competitiva.

Como a próxima Copa do Mundo deverá ocorrer no Brasil, nada mais natural que começar a preparar imediatamente a equipe, com muita humildade, absorvendo as lições que foram deixadas pela terrível desclassificação prematura. Tudo indica que um dos países que mais fornece jogadores para todo o mundo, conta com talentos que devem ser aproveitados com inteligência, com dirigentes capazes de aprender o que está ocorrendo com potenciais adversários.

Não subestimar os adversários e suas limitações seria um bom começo, reduzindo a arrogância que provocou a decadência de muitos povos.


China Admite o Impacto da Crise Internacional

4 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Com uma surpreendente franqueza, o premiê chinês Wen Jinbao admitiu neste domingo, num pronunciamento feito na cidade de Chungsha, capital da Província Central de Hunan, que o impacto da crise mundial está afetando mais o seu país que o esperado pelos analistas. Ainda que o crescimento chinês, comparado com outros países emergentes continue elevado atualmente, acima de 10% ao ano, ele admitiu que as medidas de contenção devessem reduzir no futuro esta performance. Poderão apresentar resultados abaixo do esperado ainda neste e no próximo ano, portanto abaixo de 10%.

Muitos sentidos podem ser dados a este tipo de pronunciamento. Uma demonstração de responsabilidade na condução da política econômica, exigindo maiores esforços dos chineses, principalmente na redução da pressão inflacionária. Uma resistência à maior valorização do seu câmbio, diante das pressões que vem sofrendo do exterior. Um preparo dos chineses por um ritmo menor de investimentos públicos em infraestrutura, para melhoria do interior do país.

Premiê chinês Wen Jinbao

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Mudanças nas Empresas Provocadas pela Crise

4 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

É natural que as empresas promovam mudanças para se adaptarem aos novos cenários provocados pelas crises econômicas. Tudo indica que elas serão mais profundas e deverão ocorrer a prazo longo. Como os países emergentes estão se ajustando mais rapidamente às dificuldades provocadas por ela, as empresas que podem estão procurando atender as demandas destes países com produtos cujos preços são mais acessíveis, até para atender aos novos consumidores.

Na localização de parte de suas instalações ocorreram mudanças para onde os custos são mais competitivos, notadamente em termos dos recursos humanos. Nota-se também que muitas empresas estão se associando as outras, focando seus negócios nas áreas onde entendem que são mais competitivas.

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Ásia e China na Folha de S.Paulo

4 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

A Folha de S.Paulo dedica um grande espaço para a Ásia e a China no seu caderno Mercado de hoje, com informações interessantes, algumas comparativas. Nos períodos em que as notícias rareiam, tanto com a Copa do Mundo e a monotonia mundial com dados que indicam lentas deteriorações em todas as partes, o editor de Mercado Raul Juste Lores, com sua experiência de correspondente na China, preenche o espaço disponível, de forma inteligente.

Os mais interessantes estão relacionados com os esforços chineses na intensa construção dos transportes de massa, principalmente do sistema de metrô nas grandes metrópoles, que pretendo conhecer brevemente. Ainda que a experiência seja recente, todos ficam impressionados com o volume de metrô e trem rápido que os chineses estão construindo, pretendendo participar inclusive de concorrências no Brasil.

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Parede decorada do Metrô de Xangai. Foto: Yang Yi/China Foto Press/Caderno Mercado da Folha de S.Paulo

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Lições de um Projeto Fracassado de Futebol

3 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , | 2 Comentários »

jabulani_dinheiroQuem pensar que futebol é um simples esporte, infelizmente pode estar enganado. É um negócio muito rentável para alguns que aproveitam as paixões que despertam multidões em todo o mundo. E como tal, exigem estratégias e táticas para se obter sucesso, o que vem sendo ensinado pelos especialistas deste a antiguidade, em muitas atividades. Possui uma grande importância política, podendo ajudar a galvanizar uma nação. É preciso usar o carisma como vem fazendo o Maradona, que ouve de quem entende, com humildade. E não brigar com a imprensa, que transmite as suas impressões para uma nação.

Muitos acham que a desclassificação de importantes equipes, inclusive a brasileira, era previsível. Alguém indicou um inexperiente técnico como o Dunga, que nunca tinha dirigido qualquer equipe profissional, mas atendia obedientemente interesses obscuros. Seu comportamento como jogador era de uma truculência que foi transmitida para jogadores mais jovens. Como ele afirmava, era a “sua seleção”, não a do Brasil. No esporte, o vigor físico cai com a idade, infelizmente, e os mais idosos como a Itália e o Brasil estão fora, enquanto as seleções renovadas como a alemã e a holandesa continuam na disputa. Não basta o “patriotismo barato” do qual Dunga afirma que a sua equipe estava dotada, revelando uma ignorância que não conseguiu nem superar com seu período na Europa.

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Pesquisa Tankan e Dados Posteriores

2 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

O Bank of Japan, o Banco Central do Japão, acaba de divulgar sua pesquisa chamada Tankan, que reflete o clima existente entre as grandes empresas japonesas, considerada como das mais importantes pelos analistas econômicos. Baseado no primeiro quadrimestre do ano, o seu índice básico reflete uma reversão para uma perspectiva ligeiramente otimista quando comparada com o anterior.

No entanto, o editorial do respeitado jornal econômico Nikkei já divulgou que dados posteriores de junho revelam uma total, nova e rápida reversão do quadro internacional, recomendando uma análise mais cuidadosa do Tankan, que apresenta uma defasagem natural. A ligeira desaceleração que se observa na China como na Índia, a crise do endividamento público na Europa, os resultados modestos nos Estados Unidos e nova queda no nível de emprego, e a incapacidade das economias emergentes compensarem o quadro mundial, confirmam que o quadro se alterou novamente, não permitindo um otimismo empresarial como seria desejável.

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Apesar da confiança empresarial, o quadro mundial não permite otimismo (Foto: Nikkei)

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Jabulanis e Outras Bolas

1 de julho de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , ,

1950. Para os fanáticos do pé-de-bola, ano fatal. Naqueles tempos, bola de futebol para peladas ainda era feita de couro legítimo, com uma câmara-de-ar de borracha, interna, e tinha uma válvula. Como um pneu. De tempos em tempos, era preciso enchê-la de ar com uma bombinha. A câmara-de-ar podia ser trocada quando ficava gasta e frouxa ou se, por algum acidente, furasse. A bola de couro tinha uma abertura com ilhoses e fivela, como num tênis, para retirar e colocar a câmara, popularmente chamada de bexiga. Os gomos de couro vinham costurados com fios grossos, aparentes.

Era uma bola pesada e macia ao mesmo tempo, e não machucava o pé. Mesmo depois de muito usada, conservava o cheiro de couro. Ficava cinzenta quando a pintura branca ia se desgastando. Para conservá-la, os meninos derretiam sebo de boi e hidratavam os gomos com um pano, cuidadosa e pacientemente. Pois bolas de futebol eram muito caras então, de couro legítimo, feitas quase artesanalmente. Para garotos em geral, tratava-se de objeto de desejo raramente conquistado. Às meninas, só nos era permitido observar de longe, sem tocar, que dava azar.

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A Obra do Cineasta Yasujiro Ozu

30 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Livros e Filmes | Tags: , , | 1 Comentário »

Um excelente artigo do jornalista Cássio Starling Carlos, da Folha de S.Paulo, foi publicado no caderno Ilustrada, anunciando um importante ciclo de obras do cineasta japonês Yasujiro Ozu, “Emoção e Poesia” no Centro Cultural Banco do Brasil, fazendo algum paralelo com Akira Kurosawa.

Como ele é o crítico da Folha para o cinema, não poderia deixar de mencionar as inovações técnicas introduzidas por Ozu, como o despojamento dos seus filmes e o famoso posicionamento da câmera que até hoje continua influenciando jovens diretores de todo o mundo.

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Cenas do filme “Era Uma Vez em Tóquio”, um clássico de Yasujiro Ozu

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