Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Naoto Kan na Terceira Semana Após os Terremotos

1 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , , , , | 6 Comentários »

Lamentavelmente, na entrevista coletiva concedida hoje, após três semanas dos terremotos e tsunamis que arrasaram principalmente o nordeste do Japão, o primeiro-ministro Naoto Kan expôs inicialmente generalidades de agradecimentos, dando uma demonstração que não se trata de um líder com ideias próprias para resolver os problemas ainda existentes e comandar a reconstrução do Japão. A entrevista começou aproximadamente às 17h daquele país, em japonês. Kan vestia terno com gravata, mesmo que no auditório os muitos jornalistas estivessem mais informais, dado o calor do ambiente.

Poderia dar uma demonstração da economia de energia. Isto contrasta, por exemplo, com o ex-premiê Junichiro Koizumi, que mesmo no seu gabinete já utilizava roupas informais, como os uniformes de combate que vinham sendo utilizados pelas autoridades, para transmitir uma imagem de forte engajamento nos trabalhos de socorro e reconstrução. É preciso entender que já estamos na primavera japonesa, no começo de abril, com floradas das cerejeiras em Tóquio, e é conveniente aparentar que as autoridades estão engajadas nas soluções para as dificuldades que desgastam politicamente.

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Primeiro-ministro Naoto Kan

Como novidade, Kan se referiu às novas construções em lugares mais elevados para abrigar as famílias que perderam suas casas. As reconstruções serão feitas segundo as sugestões da população, que receberá assistências que dependem do orçamento que vai ser executado a partir de hoje. Ele citou as assistências técnicas que o Japão está recebendo dos norte-americanos, franceses e de especialistas da Organização Internacional de Energia Atômica, mas informou que as discussões ainda estão sendo feita em nível técnico, ficando em promessas genéricas. Respondendo perguntas dos jornalistas aparentou ser um “sabonete”, escorregando por considerações gerais, ainda que solicitado a informar sobre ações concretas.

Informou que a TEPCO não será estatizada, mas o governo ajudará nas coberturas dos déficits que devem ocorrer, tanto pelas desativações de algumas de suas usinas atômicas como indenizações que terão que ser pagas. A tudo respondia que os estudos estão sendo efetuados, ouvindo as diversas partes para formular as diretrizes da reconstrução. Mais informações devem ser transmitidas por toda a imprensa, no Brasil com alguma defasagem.