Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Certificados Para Cafés Finos Brasileiros

7 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

O Brasil, por ser o maior produtor mundial de café, acomodou-se na política de manter a sua participação no mercado internacional sem procurar aprimorar a sua qualidade, ainda que sempre tenha existindo alguns esforços isolados neste sentido. A política oficial se concentrava na obtenção de bons preços, inclusive com a retenção de parte da produção, procurando maximizar as receitas cambiais que dependiam muito do café. Mas, na medida em que a demanda mundial e local caminha para uma maior sofisticação, multiplicam-se os esforços para consolidar a conquista da qualidade que se diferencia por regiões.

Depois de um deslocamento do Vale do Paraíba para a região de Campinas com a mão de obra de imigrantes, depois pelas terras roxas da região de Ribeirão Preto, caminhou-se pelas terras virgens do oeste paulista até chegar ao norte do Paraná, onde os solos eram convenientes, mas existiam os problemas como a geada, que, além de prejudicar a sua qualidade, geravam monstruosas flutuações no mercado internacional. Com a elevação dos custos da mão de obra, caminhou-se da região de Franca para o Sul de Minas, e de lá para o cerrado, já com o uso das técnicas de renque confinado, onde as colheitas mecânicas ficavam facilitadas. Sempre houve esforços de melhoria da qualidade da bebida, como o sombreamento e as seleções das cerejas nos chamados cafés lavados. Só mais recentemente, com a consolidação de Minas Gerais como importante produtora, estendendo-se pela Bahia e Espírito Santo, onde se produzia variedades mais pobres, caminhou-se na procura das elevadas qualidades, com produções certificadas por fazenda.

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Foto: Valor Econômico

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O Imperdível Suplemento Paladar do Estadão

22 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Existem alguns trabalhos jornalísticos que se destacam e que se constituem em importantes arquivos que devem ser estudados e consultados. É o caso da Edição Especial sobre Chocolate do suplemento Paladar do jornal O Estado de S.Paulo de nº 392 da semana 21 a 17 de março de 2013. Para quem teve a oportunidade de colaborar com a Ceplac – Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Canavieira desde a década dos sessenta do século passado, na qualidade do diretor do Banco Central do Brasil, encarregado do setor rural, é uma alegria recompensadora constatar a evolução de um trabalho sério e sistemático para a superação da famosa praga chamada “vassoura de bruxa” que determinou a sua decadência no Brasil, notadamente na região de Ilhéus na Bahia.

Hoje, o suplemento informa que se chegam às produções finas que aproveitam o terroir próprio da Mata Atlântica. Só para se conseguir a ideia geral de sua importância, pode-se reproduzir a declaração de Henrique Almeida, proprietário da Fazenda Sagarana: “Se depender do preço do cacau na bolsa, não sustento meus funcionários”. “Da última vez que vendi cacau comum, o preço da arroba (15 kg) foi de R$ 70, enquanto o cacau fino foi vendido a R$ 250, mais de três vezes o valor”, ou seja, cerca de R$ 0,0167 por grama. Quando, utilizando este cacau, o chocolate classificado por um júri do suplemento como o primeiro colocado entre os industrializados encontrados nos supermercados chegou a R$ 117 em 300 gramas, ou seja, aproximadamente R$ 0,39 por grama, produzido não somente utilizando aquele cacau, mas todos os demais ingredientes, embalagens, custos de comercialização etc. Grosseiramente, chegou a ser vendido por 23 vezes mais para o consumidor final, do que recebeu um bom produtor de cacau, considerando que um ótimo chocolate amargo chega a conter de 70 a 90% de cacau.

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