Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Erotismo Japonês Mais Divulgado no Reino Unido

21 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Um artigo publicado por Victoria James no jornal japonês The Japan Times permite melhor entendimento do erotismo japonês constante dos trabalhos de ukiyo-e de diversos artistas, que apresentam aspectos totalmente diferentes dos ocidentais. É preciso esclarecer que nas culturas orientais, como a japonesa, que ganha uma expressão artística invejável no ukiyo-e como os de Kitagawa Utamaro, cada vez mais valorizado no mundo ocidental, acaba se diferenciando pela ausência do sentimento de pecado que é um conceito eminentemente cristão, ainda que tenha origem nas concepções judaicas. Ela se refere ao livro “Shunga: Aesthetics of Japanese Erotic Art by Ukiyo-e Masters”, publicado pelo Japan´s Pie Books e Pie International. Conta com texto dos acadêmicos japoneses Aki Ishigami, curadora para a exibição no British Museum de Uragami Mitsuru e do historiador de arte Yukari Yamamoto, tendo a parte artística sob responsabilidade de Takaoka Kazuya. A edição apresenta 600 páginas bem ilustradas em dimensão de 30 por 21 centímetros, com papel adequado e coloração de elevada qualidade, segundo o artigo.

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Ilustração constante do artigo no The Japan Times

É preciso atentar para estes detalhes culturais quando se comenta, por exemplo, as esculturas budistas hindus que apresentam as muitas posições para a prática do sexo, que seria um meio para aproximar os seres humanos do nirvana e não simplesmente do erotismo ocidental.

O primeiro estudo sobre “shunga” foi efetuado pelo livro de Timon Screech, professor da história da arte na Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres. Hoje, o “shunga” figura como “mainstream” e no livro citado consta detalhes como os do livro de fotos “Warai Jogo”, que apresenta detalhes do corpo de homens e mulheres como não constam na arte ocidental.

Mas também mostram detalhes do mobiliário das salas em que estão os amantes, alguns utensílios, além do “katana”, pratos de porcelana e escritos em livros de caligrafia, mostrando toda a arte dos seus autores. São detalhes que mostram o cuidado dos trabalhos destes artistas japoneses.

Nestas últimas décadas, explica a autora do artigo, houve um avanço significativo dos estudos destas obras, pois as autorizações legais do seu uso foram liberadas, resultando nas exposições como as feitas no Museu Britânico, além de trabalhos acadêmicos sobre o assunto.

No processo, estas gravuras eróticas revelam a arte, são documentos sociais e até trabalhos chocantes, hoje examinados com muito cuidado.


Os Problemas das Vítimas da Bomba Atômica no Japão

16 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

Muitas foram as vítimas das bombas atômicas lançadas pelos norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki, tanto as que morreram nas destruições destas cidades como pelos efeitos das radiações que sofreram. Estas vítimas são chamadas pelo nome de hibakusha e não se divulga muito sobre elas, pois existe um preconceito sobre seus descendentes que seriam portadores de algumas vulnerabilidades para algumas doenças. Um artigo publicado pelo jornal de gigantesca circulação no Japão, Asahi Shimbun, informa sobre uma jovem neta de um casal de vítimas, Masaki Koyanagi, 16 anos, que depois de visitar seus túmulos comprometeu-se a divulgar seus horrores onde for possível, o que fez no México numa conferencia que cuida do assunto, para uma audiência de mais de 700 participantes. Ela que sabia pouco sobre o assunto, não tratado pela sua família ou nas escolas.

Vivem no Brasil ainda mais de 100 destes hibakusha que são submetidos a exames médicos regulares, bem como seus descendentes. Graças a Deus, não se tem observado que eles estejam mais fragilizados, depois de quase 70 anos daqueles trágicos bombardeios de 1945, que aceleraram o término da Segunda Guerra Mundial. São controvertidas as razões que levaram a decisão destes bombardeios, havendo uma avaliação feita por uma ala norte-americana que eles teriam evitado um sacrifico de muitos soldados aliados, que teriam morrido no desembarque sobre a principal ilha do arquipélago japonês. Os militares japoneses prefeririam a morte a se renderem.

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Bomba atômica que destruiu vidas em Hiroshima, no Japão

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