Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Premiê Japonês Participa de Evento Que Pode Se Tornar Controvertido

17 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , | 4 Comentários »

Eventos militares do Japão, mesmo que sejam paradas, sempre acabam provocando controvérsias. O jornal Japan Today publicou uma foto do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, passando em revista uma tropa da Força de Autodefesa do Japão, onde aparece o “hinomaru”, o pavilhão japonês utilizado em tempos de guerra. É o que vem acontecendo com maior frequência no Japão recentemente. Como todos sabem, depois da derrota na Segunda Guerra Mundial, a Constituição japonesa renunciou à criação de uma força militar, restringindo-se somente à chamada Força de Autodefesa, bem como o uso e presença de armamento atômico.

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Yoshihiko Noda passa a tropa da Força de Autodefesa em revista. Foto: Japan Today

Esta Constituição elaborada pelos japoneses durante o período de ocupação do Japão pelas tropas militares norte-americanas refletia o ambiente da ocasião, ainda sob forte impacto dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki. Ainda que possa se entender o espírito do Japão, para muitos é anormal que um país independente tenha que viver sob o “guarda-chuva” de uma potência estrangeira, no caso a dos Estados Unidos, que enfrentam crescentes dificuldades para manter a sua hegemonia mundial.

Sempre que um primeiro-ministro do Japão visita, por exemplo, o Templo Yasukuni, em Tóquio, existem fortes manifestações políticas contrárias na Ásia, principalmente na China, pois ali, além de outros heróis japoneses, estão sepultados os considerados como criminosos de guerra do Japão derrotado na Segunda Guerra Mundial.

Diante dos atos praticados pelo Japão durante a Guerra, inclusive para o estabelecimento do chamado Eixo da Prosperidade, existem ainda resquícios fortes de contrariedade em muitos países asiáticos. Ao mesmo tempo em que a direita japonesa, cada vez com menos força, continua manifestando a sua contrariedade à política externa que vem sendo adotada pelo país.

Entende-se que todo país que não tem condições de cuidar de sua defesa externa não é totalmente independente, mesmo que tudo seja relativo. Do ponto de vista lógico, esta independência necessita ser alimentar, energética, militar e política, sendo que mesmo os Estados Unidos atual depende do fornecimento energético do exterior, a China da complementação alimentar externa etc.

Mas os seres humanos vivem de símbolos que são importantes, principalmente quando se fala da soberania nacional. E eles são sensíveis do ponto de vista emocional, ainda que a convivência política entre os que pensam de forma diferente seja de todo conveniente, resolvendo-se as controvérsias pelos meios diplomáticos.