Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Complexos Problemas Geopolíticos no Sudeste Asiático

14 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , , ,

O Sudeste Asiático está merecendo uma atenção cada vez maior tanto da China como da aliança nipo-americana envolvendo o comércio, os investimentos e financiamentos, como problemas relacionados com as disputas territoriais, que acabam ampliando as preocupações com a segurança regional. Enquanto as mais altas autoridades chinesas intensificam visitas aos países vizinhos da região, procurando intensificar o seu intercâmbio, o primeiro-ministro Shinzo Abe hospeda a cúpula dos líderes da ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático, ao lado do aumento de viagens de autoridades japonesas para a região, procurando ampliar os intercâmbios com investimentos e financiamentos japoneses. Os interesses comerciais regionais de todos com os chineses são substanciais, bem como existe uma diáspora dos imigrantes chineses que representam importantes contingentes populacionais de seus descendentes na região, o que não acontece nem com os norte-americanos nem com os japoneses, o que não pode ser desprezado. Estas tentativas de aumentar suas influências estão se intensificando de todos os lados.

Como se trata de uma das regiões mais dinâmicas do mundo atual, mesmo que seus problemas também sejam monumentais, tanto pelas dimensões de suas populações como portadores de longas historias e consolidadas culturas que voltam a serem valorizadas, estas disputam acabam chamando a atenção mundial. Mas não parece possível simplificar as questões, imaginando que já se caracterizam dois blocos, pois existem variadas sobreposições de interesses, que muitos pretendem simplificar nas suas análises. Um artigo elaborado por Chris Blake e Isabel Reynolds para o site da Bloomberg procura discutir algumas destas complexas situações.

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Gigantescos Interesses Envolvidos no Pré-Sal

18 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , , ,

Mesmo um jornal econômico como o Valor Econômico, que costuma ser comedido na redação utilizada, solta uma manchete de primeira página informando que o pré-sal exige investimento de US$ 500 bilhões em 12 anos. Ocupa mais de duas páginas importantes para noticiar o que se sabe deste leilão no campo Libra, mobilizando jornalistas como Cláudia Schüffer, Marta Nogueira, Flavia Lima, Francine de Lorenzo e Karin Sato, uma grande equipe como em poucos casos. Onze empresas se inscreveram para o leilão, pagando taxas de R$ 2 milhões cada, havendo uma expectativa da formação de dois ou três consórcios. O vencedor terá que pagar bônus de assinatura de R$ 15 bilhões para as autoridades brasileiras.

Três companhias estatais chinesas, a CNOOC, China National Petroleum Corporation e a Sinopec, a última em parceria com a espanhola Repsol, a malaia Petronas, a indiana ONGC, a japonesa Mitsui, a francesa Total, a Shell e a colombiana Ecopetrol, além da Petrobras participam da disputa. As ausências de outras empresas gigantes de petróleo mundial foram explicadas com o estoque elevado de reservas que elas já possuem, não permitindo grandes novos investimentos. O noticiário internacional, como do Financial Times, publica uma grande matéria sobre as dificuldades que a Petrobras atravessa, com a exagerada interferência do governo brasileiro nos negócios que afetam seus interesses. Nada mais natural que nestes tipos de disputas as informações mais variadas sejam divulgadas. Os funcionários da Petrobras estão em greve e existem tentativas de ações judiciais da parte daqueles que entendem que o Brasil não defende adequadamente seus interesses.

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Os desafios são gigantescos, pois este campo é considerado como dos mais elevados potenciais, e somente especialistas podem fazer uma avaliação com uma ampla margem de erros. Apesar de estar abaixo de uma lâmina de água em torno de 1.500 metros, que não é das mais profundas, envolve uma área de 1,5 mil quilômetros quadrados, comportando dezenas de poços, cuja produção terá que ser concentrada num ponto para ser transportada para o litoral.

As cifras envolvidas são todas gigantescas. Uma consultoria especializada, a IHS, estima que sejam necessárias 630 mil toneladas de aço, 7.800 quilômetros de linhas flutuantes, 52 mil toneladas de tubulações, e 75 mil toneladas de equipamentos submarinos. Uma parte destes equipamentos terá que ser produzido pelos estaleiros brasileiros, sendo um dos grandes desafios.

Se tudo correr bem, o Brasil depois de alguns anos se tornará um importante produtor de petróleo e gás, quando ocupa hoje o 13º lugar no mundo. Somente Libra pode representar 65% da produção atual do país em petróleo e gás.

Informa-se que a China está muito interessada em assegurar uma importante alternativa para o seu abastecimento, o que se torna claro com a participação de suas principais estatais neste leilão. A Petrobras, que poderá participar de um dos consórcios, mesmo que não seja o vencedor, estará presente obrigatoriamente por um dispositivo legal especialmente aprovado pelo Congresso e sancionado pelo Executivo.

Ao mesmo tempo em que este leilão é uma grande oportunidade para o Brasil também é um dos maiores desafios já enfrentados, inclusive do ponto de vista tecnológico. Existem muitas pesquisas que ainda terão que ser feitas. Não se pode contar com os seus benefícios até que a produção se torne uma realidade.


Desenvolvimento Recente da Mongólia

1 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O The Wall Street Journal publica um artigo sobre o receio mongol dos pesados investimentos chineses na sua mineração. A Mongólia, com pouco mais de 2,5 milhões de habitantes, é pouco conhecida na América do Sul, salvo pela atuação de Gengis Khan e seus descendentes que acabaram dominando praticamente toda a Ásia no passado histórico, chegando com sua ocupação até a proximidade da Europa. Os japoneses, nos primeiros anos da década dos trinta do século passado, chegaram a mandar mais de 300 mil colonos agrícolas, e operavam uma grande ferrovia que os ligava à Costa Leste, chegando ao Pacífico, visando o seu abastecimento. Foram evacuados dramaticamente com a derrota na Segunda Guerra Mundial. A empresa brasileira Vale está presente naquele país interessada no seu carvão mineral, visando carga de retorno para os minérios exportados para a Ásia, bem como utilizar a sua experiência de mineração em outras atividades.

Hoje, a Mongólia passa por um impressionante “boom”, com o FMI estimando que a sua economia crescerá 17,1% neste ano, mas parte destes interesses estão se transferindo para Myanmar que está se tornando a preferida na Ásia com a ampliação de sua democracia. A China pretende ampliar as suas importações de minérios daquele país, que faz fronteira com a região de Inner Mongólia, a principal produtora de carvão mineral dos chineses. Uma expansão muito acelerada ocorre nesta região central da Ásia, que fica entre a Rússia e a China, cujas cidades passam por um acelerado processo de modernização, como o que ocorre no interior chinês.

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