Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Chuvas Intensas na Região do rio Yangtze na China

22 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Clima, Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

Todos sabem que a usina de Three Gorges na China foi adaptada da binacional Itaipu, mas esta conta com muitas gigantescas usinas à montante que regularizam o fluxo das águas, o que não acontece na chinesa. A vazão daquela usina foi elevada para 76 mil metros cúbicos, compreendendo a que é usada para a geração de energia e suas comportas foram abertas para clip_image002evitar danos à barragem, de 40 mil para 48 mil metros cúbicos. Ainda assim, o nível das águas chegou ao máximo, elevando a população evacuada à montante para 250 mil habitantes.

As comportas para a vazão das águas foi elevada, de forma que a utilização das águas para geração da energia chegou a 76 mil metros cúbicos, ainda insuficientes para baixar o nível das águas à montante da represa

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Yangtsé, Amarelo, Mekong: Grandes Rios da China (II)

14 de maio de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , , ,

Relata Simon Winchester que um dos planos do historiador Joseph Needham, alojado na cidade de Chongqing para fazer suas pesquisas, era justamente observar a estrutura projetada por Li Bing para conter o ímpeto do Rio Min e que há tantos séculos vinha controlando as águas que se precipitavam de uma escarpa em vertiginosa velocidade. Ele se espantou e se maravilhou com mais esta proeza hercúlea dos chineses. Para Needham, isso se igualava às obras da Grande Muralha e às da construção do Grande Canal, ambas realizadas há 2.000 anos.

Needham não testemunharia o que viria, de fato, a ser feito de hercúleo nos anos vindouros na tentativa não só de domesticação dos rios, como também para fazer face ao espetacular desenvolvimento que vinha demandando cada vez mais a necessidade de maiores recursos hídricos e hidrelétricos. Por exemplo, a construção da gigantesca Usina das Três Gargantas, no Rio Yangtsé, finalizada em 2009, considerado o maior projeto de construção na China desde a Grande Muralha, e que tiraria da Usina de Itaipu o título de maior hidrelétrica do mundo. E de outros quase 80 projetos chineses de hidrelétricas com canais, eclusas, diques, barragens de contenção e explosões de correnteza, que estão atualmente em várias etapas de preparação e construção, em todos os grandes rios da China. Todos eles visando a prevenção de enchentes, geração de energia e transporte fluvial.

Tudo isso, claro, causa milhares de perdas, transtornos, controvérsias e protestos, senão alguns desastres. Segundo o jornalista Thomas Fuller, do The New York Times, em artigo no suplemento da Folha de S.Paulo (12/abril/2010), os países ao longo do Rio Mekong culpam a China e não a natureza quando acontecem episódios de seca devastadora na região como recentemente – acusam os chineses de estarem “sequestrando” as águas dos rios. Apesar de, neste episódio, sólidas evidências científicas levarem a crer que realmente o baixo nível das chuvas fora responsável pela redução dos níveis do rio.

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Problemas Crônicos

8 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , , , , , , ,

Mesmo que alguns problemas de infra-estrutura nos países emergentes sejam considerados crônicos, heranças de desleixos das administrações públicas passadas, parece que muitos deles estão se agravando e pouco está se fazendo. Um exemplo é o caso das diárias inundações que ocorrem em metrópoles considerados promissores como São Paulo. Todos sabem qual é o período das chuvas mais intensas, e a cada inundação a desculpa é que se trata de precipitação excepcional.

Os dados estatísticos disponíveis são longos, e a infra-estrutura necessita ser preparada para os picos mais elevados de chuvas, como ocorre com as represas para a produção de energia. Não parece razoável que as inundações sejam diárias.

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