Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aceleração e Desaceleração na Economia

20 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Quando ainda era estudante, uma das lições da teoria que mais me impressionava era o efeito da aceleração de uma economia. Um aumento da demanda dos consumidores por qualquer motivo, por exemplo, de dez por cento, estimulava investimentos que induziam o aumento da demanda de equipamentos bem maior, que por sua vez provocava um aumento multiplicado de produtos siderúrgicos, que demandavam um forte crescimento de minérios e assim por diante, provocando uma aceleração em toda a economia.

De outro lado, quando havia uma queda de demanda, ocorria um fenômeno de desaceleração que provocava efeitos desastrosos sobre os setores de bens de produção, ou seja, máquinas e equipamentos que transmitiam os mesmos efeitos multiplicados, sobre os produtos siderúrgicos, de forma similar.

O que pode se observar na realidade asiática são algumas economias apresentando substanciais crescimentos, tanto pela exportação quanto pela ampliação do mercado interno, enquanto outras passam por um difícil momento em que as políticas econômicas não são capazes de reduzir o processo de sua desaceleração.

Pode se observar, fisicamente, o dinamismo de algumas, enquanto outra é tomada por um pessimismo, ainda que o seu nível de renda e o capital disponível sejam bem elevados. Os elevados investimentos que foram efetuados na melhoria da infraestrutura asiática estão provocando a melhoria das regiões mais afastadas, sendo impressionante o que pode se constatar percorrendo novas áreas. Enquanto isto, locais como hotéis e restaurantes que tinham movimentos semelhantes aos das estações de metrô estão às moscas, provocando uma grande tristeza.

Toda a Ásia não tem um movimento uniforme, mas entre as disparidades que existiam, algumas deixaram de existir e outras estão sendo ampliadas, mas muitos estão procurando resultados com empenho. Há transformações dinâmicas em andamento, alterando o quadro de forma significativa, para alegria de alguns e tristeza de outros.

É preciso ser muito cínico para ficar indiferente diante desta dura realidade, por mais acadêmico que se pretenda ser.