Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Eficiência na Execução dos Projetos

8 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

No momento em que as autoridades brasileiras procuram executar um programa que ative a economia local, quando o resto do mundo está desacelerando o seu crescimento econômico, muitos analistas reconhecem que as gestões dos projetos brasileiros estão tendo uma eficiência abaixo do desejável. O próprio governo reconhece que os desembolsos efetuados até agora estão inferiores aos programados, havendo problemas na administração de muitos deles. Verificando os problemas com isenção e profundidade, podem ser detectadas algumas dificuldades comparadas com as eficiências já conseguidas no passado, nos melhores períodos de gestão pública no Brasil.

O primeiro aspecto que parece relevante é que as empresas brasileiras de engenharia que elaboravam os projetos ficaram reduzidas, até porque nas últimas décadas houve desaceleração dos novos projetos. As empresas de construção pesada que tinham subsidiárias que elaboram bons projetos, com os detalhamentos adequados, com seus cronogramas de execução, alienaram muitas delas ou até encerraram suas atividades diante da falta de serviços de forma contínua. Observam-se, também, algumas dificuldades de gestão tanto pelas insuficiências dos líderes encarregados das execuções, com deficiências dos estudos dos projetos com os detalhes fundamentais indispensáveis, a que se somam novos obstáculos que foram criados com as exigências atuais, como as relacionadas à preservação do meio ambiente.

A multiplicação de ministérios e agências reguladoras, sem uma eficiente coordenação, parece estar afetando a gestão do conjunto. Com as limitações políticas da complexa máquina administrativa em muitos setores está se centralizando, de forma que parece exagerada os controles no centro do Executivo, como na Casa Civil, que deveria ter somente o papel de assessorar a Presidência da República nas escolhas das opções a serem decididas. Tudo indica que há uma exagerada sobrecarga sobre algumas poucas autoridades, diante das insuficiências de muitas outras que deveriam ter um desempenho acima do que estão obtendo.

Alguns administradores privados que procuram auxiliar o governo estão sugerindo que existe um excesso de ministérios que poderiam ser reagrupados. Todos sabem que sempre existiram ministros com níveis de poderes diferentes, sendo que a imprensa tem noticiado que alguns nem despacham diretamente com a presidente Dilma Rousseff, mas com seus auxiliares mais diretos. A supressão de muitos deles em nada comprometeria o adequado controle político da base parlamentar, pois os mais experimentados sabem que muitos são meras autoridades formais que não contam com poderes, estrutura operacional ou sequer comando sobre seus orçamentos.

Fica-se com a impressão, fora do governo, com a imagem que muitos deles estão se atrapalhando entre eles, com a sobreposição de comandos teóricos sobre determinados segmentos da administração pública. Os mais experientes, tanto nas administrações governamentais como privadas, sabem que dificilmente pode se controlar adequadamente mais de uma dezena de subordinados. Estas impressões não se restringem aos que fazem as oposições indispensáveis, que não estão nem articuladas para darem as suas contribuições críticas. Aqueles que procuram apoiar o atual governo, sem a necessidade de manifestarem publicamente suas críticas, também parecem incomodados.

Parece inevitável que se processe uma reforma ministerial e da administração pública, até para atender as próximas eleições. Certamente, um enxugamento seria bem recebido pelos eleitores que continuam confiando no governo e torcem pelo seu sucesso. Lamentavelmente, a imagem do segmento político não é das melhores e contrariá-lo poderia render dividendos eleitorais.

Todos sabem que existem dificuldades de monta no cenário internacional, e o Brasil se apresenta ao mundo como uma das alternativas com muitas oportunidades de negócios, consideradas entre as mais promissoras. Mas a continuidade deste clima não pode ser frustrada por uma gestão abaixo do desejável, ainda que a presidente Dilma Rousseff continue contando com todas as simpatias, externas e internas. Aproveitar a oportunidade que se oferece parece ser das atitudes mais sensatas, mesmo enfrentando alguns obstáculos, com vem fazendo com aplausos dos melhores avaliadores.

A imagem da administradora competente, estudiosa, dura quando necessário, mas humana nas suas preocupações com os mais humildes, continua intacta. E ela pode ser reforçada se demonstrar que sabe enfrentar cenários difíceis. Muitos estão aguardando suas demonstrações que faz jus a ela, com atos que podem desagradar a alguns, mas certamente terá o amplo apoio da nação brasileira.

A sua postura está irreparável. Na gestão de alguns detalhes, ela tem todas as condições para se consolidar como uma nova líder, inicialmente nacional, mas que apresenta também uma vaga a ser preenchida também no cenário internacional. Se alguma carência pontual existe internamente, o mundo apresenta, no momento, disponibilidade de recursos humanos das mais elevadas qualificações para o atendimento de muitas operações.