Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Suplemento Setorial Sobre Embalagem no Valor Econômico

2 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Em que pesem as informações bastante otimistas de representantes do setor de embalagem neste suplemento do Valor Econômico, notadamente na introdução de inovações para atender as necessidades da economia brasileira para os consumidores brasileiros, as deficiências práticas das embalagens brasileiras comparadas com as encontradas no exterior acabam surpreendendo, ficando-se com a impressão que existem dificuldades que necessitam ser superadas. Muitos especialistas informam que, apesar das tecnologias disponíveis no Brasil, os produtores que utilizam estas embalagens resistem em arcar com os seus custos, ainda que isto seja um comportamento compreensível. As exigências de qualidade de produtos alimentícios, principalmente quando voltadas às exportações, exigem a aceleração das adoções de tecnologias já disponíveis no mundo, para preservar a competitividade dos produtos brasileiros, notadamente do ponto de vista da qualidade.

Um artigo da jornalista Simone Goldberg e outros do setor de embalagens do Valor Econômico mostram a consciência que existe da necessidade de aperfeiçoamentos, apesar de muitas inovações estarem sendo introduzidas para atender as necessidades deste mercado. A presidente da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem informa que levantamentos estão sendo feitos com parceria com a Fundação Getúlio Vargas, informando que o setor necessita pensar como ser criativo e inovador. Seria uma ideia de agregar valor aos produtos visando tanto o mercado interno como o externo para a ampla diversidade de produtos disponíveis no Brasil, onde se destacam os alimentos e as bebidas. Um especialista do setor informa que a reciclagem e o reúso estão cada vez mais em pauta, com a consciência da necessidade de sustentabilidade, ainda que os consumidores não estejam dispostos a pagar por estas inovações, o que ele pensa poder ser superado pelo design.

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Produção em 2013, segundo estudo da Abre/FGV

Os artigos constantes do suplemento demonstram que existe uma consciência do setor que há um exagero nas importações, e que precisam se qualificar para poderem ajudar os exportadores, notadamente quando os produtos embalados pretendem remeter à brasilidade, com sabores ainda pouco conhecidos no exterior.

Acompanham as inovações que continuam aceleradas no exterior, e nem sempre o seu ritmo no Brasil é suficiente para as inovações desejáveis. As exigências com relação à qualidade dos alimentos devem permitir o seu rastreamento com rapidez. Ainda que o Brasil ocupe a sétima posição mundial na área das embalagens, podendo superar ainda alguns outros países, tudo indica que os seus custos não facilitam a competitividade.

Como as exportações tradicionais do Brasil, como os minérios e as produções agropecuárias, encontram atualmente limitações, haverá necessidade de diversificação das mesmas, principalmente com o aproveitamento da biodiversidade brasileira, o que vai exigir embalagens de elevada qualidade para a preservação dos produtos que atendam as exigências das agências de vigilância de outros países importadores.

Muitos dos problemas do setor de embalagem já são conhecidos, mas as indicações é que alguns componentes ainda não estão disponíveis com produções internas competitivas, exigindo que continuem sendo importados até se atingir a escala que permitam viabilizar economicamente as produções internas.

As autoridades terão que estar atentas a estes problemas. Como o mercado interno de produtos alimentícios preparados também se encontra em expansão, uma parte destes produtos serão voltados para o atendimento de suas especificidades.


Demandas Brasileiras de Engenharia de Projetos

19 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

No passado, todas as empresas de construção pesada do Brasil tinham subsidiárias que eram empresas elaboradoras de projetos. Como o país estava construindo uma série de hidroelétricas, havia uma demanda de projetos. Havia uma demanda contínua de outros projetos, e as demais empresas como as autoridades públicas, não possuindo uma forte estrutura própria de estudos (que em muitos casos é confundido com o “middle management”), sempre utilizaram muitos projetos que lhes eram oferecidos pelas empresas de construção pesada. Hoje, o Valor Econômico publica um artigo anunciando que o governo pode licitar 77 terminais portuários até 2013, que representa um volume substancial de estudos e projetos, ainda que muitas sejam somente para novos contratos de operação.

Existem muitas necessidades de projetos de transportes de massa por todo o Brasil, mas a falta de estudos e projetos detalhados bem elaborados, tanto para as suas avaliações como os atendimentos dos impactos ambientais, faz com que haja uma demora absurda no prazo de licitação e execução dos mesmos, o que acaba elevando seus custos. É evidente que tais estudos e projetos apresentam riscos elevados, pois nem todos serão aproveitados imediatamente.

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