Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Visão Mais Realista do Ano do Coelho 2011

3 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Em que pesem os cenários mais promissores esperados para 2011, ano do Coelho, quando comparados com o do ano anterior, muitos analistas vêm destacando e veiculando pela imprensa somente os obstáculos que precisam ser enfrentados. Mesmo os mais conservadores já admitem uma recuperação em marcha das economias desenvolvidas, esperando que as mais complexas como as dos Estados Unidos e Japão estejam com o crescimento girando em torno dos 2% ao ano nesta passagem do ano. E as emergentes superando o percentual de 7%, que são taxas próximas às anteriores à crise de 2008. Eles previam para 2010 situações pessimistas, e foram desmentidos pelas realidades, mas continuam com as mesmas tendências com viés negativo.

No Brasil, onde há um novo governo fornecendo suas primeiras indicações das diretrizes com as quais pretende atuar, os analistas apontam as pressões inflacionárias. Ainda que partes delas já estejam arrefecendo, pois as ofertas agropecuárias tendem a crescer com os estímulos dos preços. E os preços das matérias primas básicas já atingiram o máximo com a moderação do crescimento da economia chinesa.

Os atuais níveis de preços continuam favoráveis ao Brasil, ampliando as decisões para o crescimento da produção que será destinada, em parte, para as exportações, gerando as divisas necessárias. A presidente Dilma Rousseff vem revelando seu estilo próprio e uma forma de gestão que se diferencia do seu antecessor, ainda que seja de continuidade, preocupando-se com a eficiência da máquina administrativa governamental.

ano do coelho

Criança chinesa festeja o Ano do Coelho. Foto: China Daily

Não se deve ignorar os problemas que existem em todo o mundo, com endividamento elevado, desemprego e necessidade de ajustamento às novas realidades globais. Sente-se, no entanto, que as economias emergentes estão compensando as lacunas deixadas pelas industrializadas, num processo que não deixa de ser doloroso. Há que se admitir que isto faça parte do processo de evolução histórica mundial, com uma melhoria geral de distribuição de renda.

Novas perspectivas estão sendo abertas, com o aproveitamento dos recursos humanos e a geração de novas tecnologias para o desenvolvimento sustentável, com a intensificação das pesquisas. As aspirações por melhores padrões educacionais, de saúde, de assistência social e de segurança pressionam os poderes públicos por respostas adequadas, dentro de uma disseminação de sistemas democráticos com respeito aos direitos humanos, mesmo com as resistências existentes.

A comunicação mundial e entre os seres humanos intensifica-se com as conquistas de novas tecnologias, tornando-se realidade a aldeia global em que todos nós convivemos. Como todos os problemas são informados on time, muitos acabam ficando com a impressão que eles aumentaram.

Há um significativo aumento dos bens e serviços colocados à disposição da humanidade, produção que continuará aumentando com o emprego de mais recursos humanos e recursos naturais disponíveis, que estão se ampliando. É natural que haja uma sensação de que não atendem as necessidades de todos, pois os nossos padrões de exigência estão se elevando, mas é essa pressão que vai determinar a necessidade de ampliação constante dos mesmos. É o que se chama desenvolvimento.

O que se pode aguardar é que ao final de 2011 vamos constatar que, mesmo ainda insatisfeitos, estaremos em condições melhores que ao final de 2010. Nota-a a disposição de todos para trabalhar para tanto, pois isto não será dado por nenhuma autoridade, mas conquistada por toda a população.