Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Hashi e a Sua Origem

5 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: , , ,

Um interessante artigo, publicado por Kate Bratskeir no site The Huffington Post, esclarece a origem do hashi, este genial e simples conjunto de dois palitos que começou a ser utilizado na China, inicialmente na cozinha quando se permitia controlar os alimentos que estavam sendo cozidos, evitando-se machucar com a alta temperatura. Evidencias do seu uso foram localizados nas tumbas na província de Henan, na parte central da China. Inicialmente eram de bronze e eram utilizados nos vasilhames e nas águas quentes, no preparo de alimentos, segundo o artigo. No ano 400 houve uma expansão da população, pois o hashi permitia alimentar-se em pequenas porções de alimentos, tendência que se espalhou pela Ásia.

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O uso do hashi permite que os alimentos sejam levados à boca em pequenas porções. Shutterstock / HLPhoto

Existem, segundo o artigo, versões que atribuem a Confúcio esta possibilidade, ele que era vegetariano, e apresentava a alternativa de ser um utensílio que desestimulava a violência, ao contrário de uma faca. Assim, o hashi seria um símbolo de paz.

Hoje, o hashi é recomendado àqueles que desejam manter ou reduzir o peso, pois ao contrário do garfo que estimula se alimentar em grande quantidade, o hashi obrigaria a pequenas porções. É preciso constatar que esta é uma versão Ocidental, pois se verifica que existem orientais que são capazes de ingerir uma grande quantidade de alimentos com o uso do hashi, pois se costuma também levar a tigela à boca, ajudando com o hashi a empurrar os alimentos para dentro.

As cargas culturais nem sempre são possíveis de serem entendidas pelos que não estão acostumadas com elas. Os japoneses ficam chocados quando alguém simplesmente enterra o hashi, por exemplo, sobre uma porção de arroz, deixando-os em pé, durante uma refeição com amigos. Na realidade, tanto no budismo como no xintoísmo, que possuem o hábito de oferecerem pequenas porções de alimentos aos falecidos, os hashis são usados nestas formas junto aos pequenos altares. Se isto é feito numa refeição, acaba dando a chocante impressão que se deseja a morte de um dos participantes. O costume correto é depositar os hashis nos seus descansos.

Para quem não está acostumado ao uso dos hashis, existem hoje algumas pequenas peças que ajudam a mantê-los juntos, facilitando o seu uso, inclusive para as crianças. Na sua ausência, os restaurantes costumam oferecer um elástico que exerça esta função.

Fala-se também sobre outras etiquetas para o uso dos hashis, mas o que se constata é que, mesmo entre os povos que os utilizam, existem variações pessoais no seu uso, não se devendo importar com algumas imperfeições. É preciso entender, também, que não se utilizando o garfo e a faca os alimentos devem ser servidos cortados em porções pequenas, e os japoneses não se constrangem em cortá-los com os dentes quando isto não ocorre.

Entre os chineses aparecem também hashis de plásticos (originalmente eram de marfim), mais longos, principalmente para se servir das apresentações coletivas para pratos individuais. Como são flexíveis, pode haver algumas dificuldades para o seu manejo. Este instrumento tornou-se tão popular em todo o mundo, que se verifica no Ocidente crianças manejando-os com grande habilidade.