Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Conveniência da Aplicação da Teoria do Portfólio

11 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Apesar do crescimento impressionante da China nas últimas décadas, a tentativa de Xi Jinping concentrar todo o poder naquele país assusta a todos. Como se trata de um país autoritário, sempre se recomenda cautelas no aumento dos relacionamentos bilaterais do Brasil com os chineses. Há uma tendência exagerada do atual governo tentar que eles aumentem suas participações em projetos brasileiros, ao mesmo tempo em que a demanda da soja daquele país tende a provocar um aumento da colocação da produção brasileira naquele mercado.

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Encontro do Michel Temer com Xi Jinping, aproveitando a reunião dos BRICS na China

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A Escolha Brasileira do Caça Sueco

20 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , , , ,

Ainda que a maioria brasileira aprove a escolha do caça Gripen NG da Saad sueca para aparelhar a Força Aérea Brasileira, como é natural, parte da imprensa mundial estranha que F-18 da Boing norte-americana e a Rafale F3 da Dassault francesa tenham perdido a disputa. O brigadeiro Juniti Saito, comandante da FAB, sempre se mostrou a favor da opção sueca, nas discussões que demandaram 12 anos para o anúncio da decisão final. Todos sabem que o custo do Gripen NG é bem inferior aos dos concorrentes, e que a tecnologia será desenvolvida ainda em conjunto com os brasileiros, pois necessitam de testes complementares para ser comprovado como eficientes, mesmo que já tenham feitos os testes iniciais de voo.

O Brasil já teve problemas com a exportação de aviões militares, pois os Estados Unidos não aprovavam estas operações, alegando que eles tinham componentes de sua fabricação. Os franceses se esforçaram até o final, enviando o presidente François Hollande para o Brasil, que já tinham fornecido o Mirage no passado. No entanto, a preferência técnica da FAB acabou prevalecendo, ainda que os concorrentes possam alegar problemas políticos como as das espionagens, ou a falta de tradição dos suecos neste tipo de aeronave. Os especialistas em aeronáutica sempre preferem ficar com a preferência sobre a tradição de outras aeronaves, pois até os maiores fabricantes enfrentam problemas como a Boing com o seu 787, e os japoneses ainda não conseguiram fazer os testes completos ainda que tenham prontas as aeronaves que podem concorrer com as da Embraer.

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SAAB Gripen NG                                                                            Brigadeiro  Juniti Saito

com a Embraer que é competente para a produção de aeronaves, inclusive militares e pretende ser um produtor importante tanto para atender as suas necessidades futuras como até para a sua exportação. O domínio da tecnologia é de extrema importância, sem contar com problemas para tanto, o que é possível com os suecos que também já contam com outras encomendas relevantes na Europa.

O Brasil conta com uma vasta fronteira internacional que precisa proteger. Bem como está ampliando seus investimentos na costa brasileira, principalmente na chamado pré-sal, que vão além das águas territoriais que são admitidas por muitas potências internacionais. Contar com adequado equipamento suficiente para tanto não se resume somente nos caças, mas também submarinos e equipamentos navais militares.

Com a tradição comprovada da Embraer, a que somam experiências passadas na produção competitiva de equipamentos militares, como tanques e helicópteros, conta com as condições básicas para dispor de produção própria para as suas necessidades, que são imensas. A escala permite cogitar também das exportações para seus vizinhos e outros mercados como já comprovou no Oriente Médio e na África, sem depender de outros países que restringem nossas operações.

A FAB e o Brasil estão de parabéns pela decisão tomada, mesmo que sempre existam alguns riscos, que podem ser minimizados com as condições já conquistadas.


Xi Jinping e o Poder Militar Chinês

14 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , , | 4 Comentários »

Jeremy Page é um jornalista do Wall Street Journal especializado em China, e no seu artigo mais recente aborda o papel que o Xi Jiping já desempenha no comando efetivo da área militar chinesa. Com os seus pronunciamentos relacionados com o seu China Dream, já vem exercendo o papel de supremo comandante militar, como nunca se viu antes naquele país. Ele afirma que seus antecessores não tiveram uma posição tão determinada, como revelado na visita ao destróier Haikou de mísseis guiados que patrulham as águas disputadas no Mar da China Meridional. Tudo indica que quer comunicar ao mundo que aquele país vai desempenhar um papel fundamental na área, mesmo sem querer um confronto com os Estados Unidos e seus aliados. Os países envolvidos em disputas como o Japão sentirão o peso militar que a China está dando para esta área, que corresponde ao econômico.

Este China Dream significa uma nação forte, e para os militares um poder militar poderoso. Ele também fez uma visita ao programa espacial da força aérea com seus mísseis, o que é uma novidade entre os líderes chineses no exercício do seu poder nos primeiros 100 dias. Eles esperam igualar o poder militar dos Estados Unidos até meados do século. E os militares voltam a recuperar o seu poder na elite política chinesa. Existem alguns que interpretam que ele está tentando consolidar o apoio dos militares para as reformas que a China necessita para continuar com o seu desenvolvimento, e até reduzir o impacto das notícias de corrupção.

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Xi Jinping a bordo do destróier Haikou e primeiro porta-aviões chinês Lioning

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Diferenças de Comportamento numa Crise Econômica

23 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

São nos momentos de crise econômica que se observam o excesso de movimentações que não parecem totalmente racionais, alguns caracterizando bolhas, outros baseados em dados objetivos. Tudo indica que há um aumento da aversão ao risco, com exagerados fluxos de recursos para aquisição de títulos do Tesouro Americano, chegando até a provocar uma valorização do dólar norte-americano, depois de exagerada política de aumento da circulação desta moeda provocada pelas autoridades americanas visando a desvalorização da mesma. Mesmo com todas as dificuldades dos Estados Unidos, muitos portadores de ativos financeiros continuam achando que os títulos do governo americano continuam sendo de mais baixo risco.

De outro lado, nota-se, como no Japão, um verdadeiro boom imobiliário, que se observa também em Londres, como os noticiados em diversos jornais internacionais. Há uma nítida preferência por ativos reais, representados pelos imóveis. No centro de Tóquio, em ambos os lados da estação central daquela cidade, as notícias são da continuidade, que parece exagerada, de novos preditos de grande porte, numa das áreas mais valorizadas do mundo em termos imobiliários. Ao mesmo tempo, noticia-se que mesmo com uma economia que começa a se recuperar, até no interior do Japão está se generalizando o aumento dos preços dos imóveis, em parte da recuperação dos que estavam reprimidos.

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Edíficos modernos e imponentes “brotam” em Tóquio

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Empresas Japonesas Continuam Desafiando a Lógica

15 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Algumas grandes empresas japonesas continuam contrariando a sua própria lógica, e ouvindo pouco as opiniões locais, sujeitando-se aos riscos desnecessários. Quando da decisão de localização de uma delas no Mercosul, acabaram decidindo instalar uma de suas unidades na Argentina, mesmo sabendo que o Brasil contava com um complexo industrial mais estruturado para o fornecimento de componentes e representava a demanda de cerca de 80% da produção prevista. Possivelmente, foram guiados pelo princípio que deveriam estar presentes em todos os mercados, considerando sua atuação no mundo globalizado. Esqueceram os sábios princípios japoneses de fazer as coisas logicamente, nos projetos de longo prazo, evitando o uso de artifícios. Existe um ditado japonês que afirma que a água corre para o mar, sendo mais difícil reverter esta tendência lógica, fazendo-o subir para a montanha.

Mais recentemente, decidiram instalar uma nova unidade no Estado de São Paulo, considerando que estavam mais próximas da localização de suas principais unidades, ainda que muitos outros estados brasileiros oferecessem vantagens fiscais e outras facilidades. Dificilmente, elas perdurarão por muito tempo num país Federativo, que conta com impostos de valor adicionado que estão sendo utilizados como barreiras alfandegárias. Devem ter aprendido com as dificuldades que estão enfrentando no Mercosul e passaram a respeitar um pouco mais as opiniões daqueles que possuem uma longa experiência local.

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Chineses Poderiam Participar de Uma Holding Brasileira

12 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

É frequente o aparecimento de notícias veiculadas na imprensa que acabam dando a impressão de algo especulativo em marcha, exigindo cautelas redobradas na sua consideração. Sempre existem grupos que captam volumosos recursos no mercado, anunciando o potencial futuro dos seus projetos, ainda que haja pouca efetividade nos seus gigantescos investimentos, até o momento. Vão da mineração, de indústrias, de infraestrutura, tanto no Brasil como no exterior, envolvendo grandes recursos, que parecem virtuais para muitos analistas.

Noticia-se que foram localizadas importantes jazidas de gás natural em áreas onde um grupo possui concessões. Como foram obtidas tais e outras concessões? Mesmo que sejam comprovadas, para se tornarem rendimentos que remunerem adequadamente os capitais investidos, haverá um grande espaço de tempo, exigindo pesadas inversões. Enquanto isto, os investimentos financeiros só se baseiam em projetos que existem no papel, apresentando riscos elevados. Ou não geram todos os lucros que permitam substanciais rendimentos para os investidores em papéis.

A constante repetição destas vultosas captações assombra os analistas, ainda que estejam baseadas em jazidas prospectadas. Todos sabem que gerar recursos próprios em volumes apreciáveis necessita de trabalhos e investimentos ao longo de muito tempo, não podendo aparecer como um lance de mágica, com a mera troca de papéis. Muitos resultados aparentam ser resultantes da compra e venda de empresas, sem que haja uma produção real que justifique grandes fortunas.

Os exageros promocionais geram desconfianças do mercado, parecendo lances de relações públicas, envolvendo até autoridades e meios de comunicação social, ainda que ressalvas sejam efetuadas. Pode ser que os relacionamentos permitam aportes de recursos externos, mas é preciso que se considerem os compromissos que estão sendo assumidos, que não podem colocar em risco patrimônios nacionais que são da coletividade e que dependem de autorizações oficiais, obtidas de formais duvidosas.

Todos os exageros de ousadia acabam despertando críticas ou até invejas, pois sempre aparecem muitas outras informações de compromissos não cumpridos integralmente. Ou de inquestionáveis comportamentos morais que se exigem dos grandes empresários. No mercado, sempre haverá os que aceitam elevados riscos e até os ingênuos que acreditam que fortunas podem ser feitas sem muito trabalho duro comprovado no lado real da economia.

Lamentavelmente, o mercado financeiro, até internacional, vem demonstrando que se venderam muitos papéis que nada valem ou representam, disseminando um comprometimento da credibilidade, sem que regulamentações mais rígidas sobre alavancagens sejam impostas. Os que desejam grandes lucros precisam estar conscientes que também estarão envolvidos em grandes riscos. O envolvimento de asiáticos nem sempre significa a garantia que todos sairão lucrando, ainda que alguns possam ficar com a parte do leão.