Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Um Olhar Sobre a Aquicultura de Kesennuma

15 de julho de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: , , , ,

Bretagne, no litoral noroeste da França, é banhada pelo Atlântico e pela forte maré resultante do encontro das águas quentes do Gulf Stream (Golfo do México) com as correntes geladas vindas do Pólo Norte. Esta configuração é muito semelhante à costa nordeste da Ilha de Honshu, Japão, no Pacífico: recortada por escarpas cheias de reentrâncias e por dezenas de baías que escondem outras pequenas baías repletas de ancoradouros e portos pesqueiros. É aonde as águas da corrente Kuro-shio (“corrente negra”, quente, vinda das Filipinas) se encontram com as da corrente Oya-shio, gelada, que desce do Pólo Norte pelas Ilhas Kurilas e costa leste de Hokkaido. Com a forte maré que provocam, estas correntes formam uma mistura de águas propícias à multiplicação saudável de peixes, moluscos, crustáceos e algas marinhas.

Conhecida como uma das áreas de excelência da pesca e aquicultura no mundo, a região é considerada também “conservatório mundial natural da ostra”. 80% das matrizes de ostra que alimentam o Japão vinham de Sanriku, como é conhecida essa área da península de Oshika. Quando algum país sofre epizootia (epidemia que devasta a fauna de um lugar) de ostras e mariscos em geral, recorria-se a esta região do Japão para repovoar a criação. O tsunami de 11 de março destruiu a maioria das 263 cidades pesqueiras ao longo desse fértil litoral, nas províncias de Fukushima, Miyagi e Iwate. Duas placas tectônicas se encontram também, próximas, sob o mar de Sanriku.

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Shigeru Hatakeyama e o mapa de Honshu e região de Kesennuma, Miyagi

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Baía de Kesennuma antes e depois do tsunami.

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