Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Um Presidente Conta Com Muitos Especialistas

24 de outubro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Houve um período em que o Brasil fornecia aços para os chineses e como pagamento à China, que se propunha fornecer para uma empresa brasileira uma quantidade enorme de aspirina. Ela era vendida em todo o mundo por uma famosa empresa suíça, usando sua marca, mas os brasileiros não estavam habilitados para executar estas volumosas comercializações. Muitos dos medicamentos chamados genéricos são produzidos hoje na Índia para serem vendidos no mundo, inclusive no Brasil. Que o presidente ignore estes fatos não seria relevante, mas ele não ouvir seus auxiliares em medicamentos parece uma falha que precisa ser corrigida com a imagebrevidade possível, para deixar de falar coisas que não fazem sentido. Tudo indica que esta revisão começa a ocorrer, mesmo com o desgaste desnecessário do presidente, que fica nu em muitos assuntos.

Vacina pesquisada pelo Instituto Butantã junto com os chineses da Sinovac

Uma vacina para Covid-19 depende de contribuições de organizações de diversos países e uma famosa, que está em fase avançada de pesquisas com a participação da prestigiosa Universidade de Oxford, do Reino Unido, tem componentes chineses. Assim é o mundo globalizado e quem pensa que tudo é feito somente num país está mal informado.

Quando o mundo resolveu montar os automóveis chamados modelos mundiais e a economia brasileira estava em condições melhores que as atuais, algumas empresas aqui instaladas produziam motores destes veículos e outros componentes que eram exportados para o Japão, que montados eram colocados no mercado norte-americano. O relevante era que os recursos humanos brasileiros eram utilizados e valores eram agregados nestes produtos no Brasil. Se hoje vacinas puderem ser produzidas, mesmo em parte neste país, os brasileiros estariam em melhores condições econômicas. A equipe do governo federal conta com pessoas qualificadas que entendem destes assuntos, mas quando o presidente pensa entender de tudo, fica difícil sair do buraco em que estamos metidos. As posições como “O presidente sou eu” em nada contribuem para o Brasil.

Muitos outros produtos no mundo utilizam componentes brasileiros. Um exemplo seria o papel e papelão que utilizam a celulose brasileira, não havendo ninguém que pergunte se esta matéria-prima é brasileira ou não. O Brasil necessita ampliar a pauta de seus produtos exportáveis, não se restringindo a minérios e produtos agropecuários. Só se pergunta se a carne é brasileira pelas exigências religiosas de judeus e muçulmanos, que são diferentes.

Seria interessante que auxiliares do presidente os informem que já estamos no século XXI e na democracia não faz mais sentido posições que eram adotadas por Luís XIV e Maria Antonieta, na França, antes da queda de Bastilha.