Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aquisições Chinesas de Empresas Japonesas

15 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: ,

Um fenômeno que surpreende muitos observadores está ocorrendo na Ásia. Empresas japonesas que entraram em dificuldades, com a queda da demanda na recente crise econômica que afetou muitos mercados, estão passando a contar com participações ou aquisições efetuadas por grupos chineses. O objetivo destas aquisições e participações é obter tecnologias, bem como aproveitar as marcas que os japoneses conseguiram no mercado.

As empresas que entraram em processo de concordata são os alvos principais, que podem ser feitos pelos fundos que os chineses dispõem, como a da conhecida Citic, que já possuem empresas de “merger and acquisition”, ou fusões e incorporações no Japão, com funcionários japoneses.

empresas

Qiu Yafu, da Shandong Ruyi, e Minoru Kitabake, da Renown

O jornal Nikkei cita alguns casos concretos já efetuados, informando que estas operações estão aumentando. Usando informações de uma empresa chamada Recof Inc., informa que entre 2007 e 2009 foram efetuadas 75 operações, com 60% de acréscimo sobre o triênio anterior. Somente nos primeiros sete meses de 2010, já foram feitas 22 operações.

A empresa japonesa de produto de células solares Evatech foi atingida pela crise e solicitou concordata. A chinesa APower Energy Generator Systems adquiriu-a, mantendo todos os empregados, deixando todos satisfeitos. Investindo um montante significativo, conseguiu a sua recuperação plena em fevereiro último.

De forma similar, a Shandong Ruyi Science and Technology chinesa adquiriu a conhecida Renown, empresa japonesa de confecções masculinas. Segundo uma empresa de auditoria internacional, déficits acumulados não é problema para os chineses, pois eles desejam adquirir a tecnologia e a marca dos japoneses.

A japonesa Higashiyama Films recebeu aporte de recursos da chinesa Citit Capital e afirma-se que ela não terá problemas para ingressar no mercado de Hong Kong e outros países asiáticos.

Na área de serviços, a Beijing A&T Investment juntou os esforços com a MBK japonesa para adquirir empresas de turismo. E uma subsidiária japonesa de uma estatal chinesa adquiriu a Hana no Yakata Somei, que explora uma unidade de águas termais em Atami.

Tudo indica que os chineses dispõem de recursos de baixo custo e contam com mercados, além de turistas que estão viajando para o exterior, como pode ser notado até a olho nu.



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