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COP10 Nagóia e o Ano Internacional da Biodiversidade

15 de outubro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , ,

“Represa de Billings recebe 400 toneladas de lixo por dia”, “Mercúrio em área pública contamina crianças no interior de São Paulo”. Duas notícias publicadas no mesmo caderno de jornal, no mesmo dia (Folha de S.Paulo, 15/out/2010). Elas falam sobre falta de saneamento ambiental básico e de disposição e manejo inadequados de resíduos produzidos pelo homem. Nossas crianças, nossas águas, plantas, pássaros e animais pedem clemência. E estamos em pleno Ano Internacional da Biodiversidade. A ocupação desordenada de áreas naturais, a exploração predatória de recursos da natureza e a poluição são algumas ações humanas que têm produzido consequências danosas, contribuindo para a perda cada vez maior de espécies animais e vegetais no Planeta.

Esses temas estarão em jogo durante as discussões da 10ª Conferência das Partes, da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas, na cidade de Nagóia, Província de Aiichi, Japão, nos próximos dias 18 a 29 de outubro. O Ano Internacional da Biodiversidade foi aberto em janeiro deste ano, na 2ª Reunião de Curitiba sobre Cidades e Biodiversidade, organizada pelas Nações Unidas. Representantes de 16 países de diferentes continentes tentaram definir um plano de ação focando a preservação da biodiversidade. O estudo conduzido será apresentado em Nagóia, durante o COP10.

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Um dos temas discutidos e aprovados em Curitiba foi a de se estabelecer um índice de Biodiversidade Urbana. Surgida na convenção de Cingapura, esta proposta vem sendo testada em cidades como Curitiba, Cingapura, Nagóia, Edmonton e Montreal (Canadá), Bruxelas (Bélgica) e Joondalup (Austrália). Vários países assumiram metas para serem alcançadas até 2010.

Este índice de biodiversidade consta de 25 indicadores para avaliar desde a área verde, parcerias com instituições, até o orçamento dos municípios destinado a projetos de biodiversidade. Cada indicador tem quatro pontos que, somados, totalizam 100 pontos. Quanto mais pontos, tanto melhor a biodiversidade de uma cidade. Pesquisa preliminar colocou Curitiba com 80 pontos, na avaliação dos indicadores. É verdade que a cidade de São Paulo vem se esforçando, mas uma pergunta não se cala, nos fustiga e amedronta: qual seria a avaliação para São Paulo?

Calcado em modelos da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15) que, em Copenhague, Dinamarca, dezembro de 2009, fez um balanço dos compromissos assumidos no Protocolo de Quioto, a COP10 em Nagóia vai tentar avaliar os resultados das metas assumidas em 2002, na COP6 Biodiversidade, em Haia, Holanda. É de se almejar, suspirando esperançosamente, que os resultados de Nagóia, em biodiversidade, sejam melhores e menos frustrantes que os de Copenhague, em mudanças climáticas. Que não sejam apenas meras exibições de egos, parcerias ou ufanismos.



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