Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Problemas Que Ocorrem Nos Oceanos

17 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Depoimentos, Editoriais, Notícias | Tags: artigo de Andres Velasco no Project Syndicate, mais graves que as derrubadas das florestas, os problemas que estão ocorrendo nos oceanos

Andrés Velasco já ocupou diversos cargos importantes no Chile, em organizações internacionais e é atualmente professor da Universidade de Columbia, fazendo palestras em importantes universidades norte-americanas, como Harvard e New York. Seu artigo publicado no Project Syndicate aponta os riscos por que está passando os oceanos, assunto que deverá ser discutido no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Além do aquecimento que está sendo detectado pelos cientistas, ele afirma que o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos informa que, além do dano à vida marinha com a pesca destrutiva e a poluição, outros problemas estão sendo gerados. Os oceanos fornecem pelo menos a metade do oxigênio que respiramos e eles absorvem mais dióxido de carbono do que as florestas.

A degradação é particularmente grave no alto-mar que deveria ser governado internacionalmente, que compreende dois terços dos oceanos e 45% da superfície terrestre. A Global Ocean Commission, uma iniciativa independente à qual ele se junta neste ano, apresentará uma recomendação como restaurar os oceanos plenamente, recuperando sua produtividade ecológica.

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Andrés Velasco

Ele afirma que um pioneiro nesta área, Robert Costanza, e seus colegas estimaram o custo dos serviços prestados pelos oceanos em algo como US$ 21 trilhões em 1997. Outros estimam que a pesca ilegal global chegue a algo entre US$ 10 a 23,5 bilhões por ano, e o pobre gerenciamento das pescas nos oceanos em algo como US$ 50 bilhões anuais. Como estes dados são defasados, a Global Ocean Commission está tentando a sua atualização mais precisa.

O que é preciso discutir é o que se deve fazer para adiante. Nenhum organismo é responsável sozinha pelo alto-mar. A United Nations Convention on the Law of the Sea já completou 30 anos, e nestes anos houve um grande avanço tecnológico. Há que se imaginar um mecanismo eficiente para o controle do alto-mar e sua governança, com força para o seu adequado controle.

Existem experiências com as florestas, como na Costa Rica, na Colômbia como no Brasil, desde a década de 1990, que permitiram inscrever os seus programas para receberem recursos doados, na iniciativa chamada REDD – Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação das Florestas. Estas ideias devem receber mais atenção no futuro, como formas para preservar os recursos não renováveis.

Não existem ainda experiências sobre os manejos de oceanos, principalmente no alto-mar, mas medidas devem ser discutidas, pois manter a situação atual resultará em elevados custos para a humanidade, segundo o autor.

Há que se reconhecer que este desafio é dos mais difíceis de serem atacados. Mas todos estão vendo os danos que estão sendo provocados pelo aquecimento dos oceanos, com a multiplicação de desastres climáticos por todo o universo.