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Alimentação Saudável de Bebês e Crianças Pequenas

1 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: alimentos preparados pelas mães em casa, artigo no The New York Times parcialmente publicado na Folha de S.Paulo, reações das indústrias de alimentos para crianças

Sendo avô com três netos pequenos, nada mais natural que acompanhar sobre as evoluções das alimentações saudáveis dos bebês e das crianças, em qualquer parte do mundo. Um artigo de Stephanie Stromapril foi publicado no The New York Times e republicado parcialmente em português na Folha de S.Paulo sobre o assunto. Ainda que ocupadas, algumas mães estão preparando os alimentos dos seus filhos em casa, por entenderem que podem criativamente atender às características dos seus filhos, que são diferenciados entre eles. Uma minha neta tem a preferência de arroz, massas e ovos. Um neto não é muito entusiasmado com sua alimentação e outro parece uma draga, apreciando qualquer novidade que lhe é oferecido.

Os pais procuram alimentá-los de forma balanceada com o que preparam pessoalmente. Nota-se que eles apreciam comidas que apresentam colorações com uso de cenouras e beterrabas, e legumes são misturados no arroz para apresentar uma coloração, juntamente com algumas proteínas, evitando-se a concentração de carboidratos. Carnes, peixes também são oferecidos, preparados juntos com o arroz ou com as massas. Muitas frutas naturais são oferecidas de formas mais atraentes, como misturadas com gelatinas coloridas, ao lado de laticínios de diversos tipos. Nos Estados Unidos, as indústrias de alimentos para crianças procuram inovações para competir com as donas de casa, utilizando também embalagens variadas que fogem dos tradicionais.

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Uma mãe, Dylan Deneve, de Brooklyn, informa que prepara purês caseiros de vegetais, delicadamente temperado com alho-poró, pimentão vermelho, cominho e tomilho. Wes e Hadley Stewart apreciavam purês caseiros de couve-flor, abóbora e grãos especiais. Alimentos de sabores diferenciados, como as frutas, acabam sendo aceitos pelas crianças quando acostumados com eles desde bebês.

As vendas de produtos industrializados para bebês e crianças, segundo o artigo, acusam queda nos Estados Unidos graças às estas mães desde 2005. Os produtores mais importantes procuram reagir e estão introduzindo ingredientes como romã, quinoa e mirtilo. Os vidros utilizados como embalagem estão ficando com contornos mais atraentes, com rótulos mais criativos. Colorações de cenouras e beterrabas estão sendo utilizadas, ao lado de campanhas de marketing.

Os produtos preparados em casa representam o equivalente a um terço dos alimentos consumidos pelos bebês, esperando-se que no Brasil, onde se preservam bons hábitos, este percentual seja mais elevado.

Também a indústria está oferecendo sabores exóticos e embalagens mais atrativas, inclusive para transporte em bolsas, pois as crianças necessitam ser alimentadas fora de casa, acompanhando os pais nos restaurantes ou nas viagens.

Os alimentos também estão se tornando mais saudáveis, evitando-se excessos de sal, gordura ou açúcar, bem como procurando uma diversificação, evitando-se somente uma proteína ou carboidrato. Muitos estão utilizando produtos orgânicos e evitando frituras, mas preparados no vapor.

Evidentemente, não deve haver exageros, mas uma alimentação balanceada não faz mal a ninguém, principalmente para as crianças, evitando-se o uso de junk food e refrigerantes exageradamente açucarados. O que deveriam ser aperfeiçoadas são as informações dos conteúdos dos alimentos industrializados, até para se evitar a obesidade mórbida que estão afetando até algumas crianças.

Os alimentos industriais, normalmente, contam com conservantes químicos, que sendo utilizados ao longo dos anos acabam sobrecarregando alguns órgãos, como o fígado ou a bexiga. Seus efeitos acabarão sendo sentidos quando adultos ou idosos.

A alimentação é um dos aspectos importantes da educação, e se as crianças forem devidamente orientadas pelos pais tenderão a adquirir hábitos sadios para toda a sua vida. Muitos pais mais conscientes estão preferindo produtos orgânicos, devidamente certificados, por serem mais saudáveis, ainda que com preços mais elevados.

Em vez de bebidas industriais, inclusive alguns sucos que não passam de água colorida, seria preferível que as próprias frutas naturais sejam incluídas nos hábitos alimentares, evitando-se os agrotóxicos. Poucos sabem que as inocentes bananas são produzidas com exageros de agrotóxicos para evitar algumas pragas. Também as frutas acabam sendo mais saudáveis que os sucos, que podem exagerar na dose de açúcar, mesmo que natural.