Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tempo Para Ler Tudo Que se Deseja

12 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: , , ,

Acumulam-se os livros que se deseja ler, mas falta tempo para tanto. O Caderno Ilustrada, da Folha de S.Paulo, aos sábados, ajuda a adicionar outros que acabam acumulando a pilha de livros programados para leituras, quando se dispuser de tempo para tanto. O de 11 de junho, por exemplo, além da crítica do livro que já está na minha pilha de leitura e que já li parcialmente, o romance “A Amante da China”, de Ian Buruma, na sua versão traduzida para o português, editada pela Record, autor de quem já li outros trabalhos deliciosos. Não se trata do que está no título, mas tem o pano de fundo de diversas décadas da história japonesa e seus relacionamentos com seus vizinhos asiáticos.

Mas também traz uma crítica do romance “Hotel Iris”, da nova geração de autores que se seguem a Haruki Murakiami, este autor pós-moderno que faz grande sucesso internacional. A autora é Yoko Ogawa, que já conta com mais de 20 títulos, e está traduzido da sua versão em francês, editado pela Leya. Ela foi finalista da Asian Man Literary Prize. Também está na minha pilha para leitura “Nunca me deixes”, de Kazuo Ishiguro, editado pela Gradiva, autor de outros cinco romances, consagrado nos Estados Unidos, na Inglaterra e na França, com condecorações pela contribuição para a literatura, da mesma geração que nos enriquece com suas contribuições.

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Mas, deste suplemento Ilustrada, fica-se atraído pela “A Mão Morta – Um Crime em Calcutá”, Editora Alfaguara, cujo autor Paul Theroux concedeu uma entrevista e leva a sua crise criativa à Índia.

Desperta grande curiosidade a página dedicada a Rubem Braga, cujas crônicas são conhecidas de todos, pela publicação dos “Cadernos de Literatura Brasileira – Rubem Braga”, editado pelo Instituto Moreira Sales que acaba de ser publicado. Considerado o fundador da crônica moderna brasileira por José Castello, foi junto com outros autores brasileiros da mesma linha que transformaram suas crônicas publicadas nos jornais em alta literatura, da mais consagrada qualidade.

Faz nos lembrar do mestre de todos os contemporâneos, como Carlos Drummond de Andrade e outros, como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Nelson Rodrigues, Sérgio Porto, Carlos Heitor Cony, Moacir Scliar, e uma infindável lista, mostrando a riqueza da literatura brasileira que chega pelas páginas dos jornais.

Tudo isto é motivo de grande alegria, pois sempre existem preocupações com as disseminações dos meios eletrônicos que estão sintetizando velozmente, em algumas poucas frases, informações. E estão, colateralmente, contribuindo para a deterioração das análises e introspecções mais profundas de tudo que é mais rico e cerca os seres humanos, diferenciados pela sua capacidade de pensar.

É um alívio constatar que a vida inteligente continua sobrevivendo, renovando-se constantemente.



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