Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Agressividade Chinesa Gera Reações Japonesas e Europeias

30 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: agressividade no exterior, exagerada concentração política, problemas imobiliários, um crescimento econômico forçado

clip_image001É evidente que o mundo deseja se beneficiar também do elevado crescimento econômico chinês, mas aumentam os seus rigores com as empresas da China que adquirem as europeias existentes, bem como pontos críticos daquele país também são apontados, como fazem os japoneses por intermédio da sua imprensa.

A construção civil da China exagerada ajuda a sustentar o crescimento de sua economia, mas pode ser uma bolha

Enquanto alguns países europeus estão propondo critérios mais rigorosos para avaliação das compras de algumas de suas empresas pelas chinesas ávidas na ampliação suas atividades no exterior, o jornal econômico japonês Nikkei publica um editorial apontando problemas que terão que ser enfrentados pela China para continuidade “saudável” de sua economia.

A economia chinesa teria crescido 6,9% em termos reais em 2017, mas um dos setores fundamentais para este resultado teria sido uma possível bolha no seu setor imobiliário, segundo o editorial. Todos esperam que neste ano seu crescimento seja mais baixo, pois até Donald Trump está reclamando das exportações chinesas para os Estados Unidos.

A dificuldade chinesa estaria na falta de progresso nas reformas estruturais. Seu setor siderúrgico atingiu uma produção recorde em 2017, mas sofreria muito com uma desaceleração do crescimento chinês. No setor imobiliário, os agricultores podem somente explorar as terras onde trabalham, que foram tomadas para ajudar a construção civil. Os imóveis construídos estão sendo especulados, pois não propiciam retornos para honrar os investimentos efetuados. Devem aumentar os riscos dos bancos que já estariam em situações anômalas. Também a dívida pública chinesa é assustadora.

Os chineses priorizam as pesquisas como da Inteligência Artificial, mas os principais executivos destas áreas ficam subordinados ao primeiro-ministro Li Keqiang e não ao presidente Xi Jinping, que indicou pessoal regional não tão qualificado. Todos sabem que o presidente obteve uma posição equivalente ao de Mao Zedong e Deng Xiaoping, o que terá que ser incluído na sua Constituição, tornando-se um problema político. De outro lado, o culto da personalidade está vedado desde a lamentável experiência da Revolução Cultural.

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Muitas das empresas brasileiras de geração e distribuição de energia elétrica passaram para o controle de corporações chinesas

Todos estes aspectos da China atual exigem também cuidados do Brasil, que aumentou muito sua dependência daquele país tanto para assegurar as exportações de minérios como produtos agropecuários. Também no financiamento de importantes projetos de infraestrutura, como nas privatizações em diversos setores, conta-se demasiadamente com os recursos chineses, que serão usados prioritariamente para a solução dos seus próprios problemas.